Deve custar muito

Todo o fluxo de processos e papeis, ainda que muita coisa esteja tramitando de maneira digital hoje em dia, deve custar muito para os cofres públicos e, consequentemente, para o bolso de nós cidadãos. Se partirmos de um fato pontual e local, como as cinco leis que foram promulgadas pela Câmara de Catanduva e recém-derrubadas pela prefeitura por meio de ações judiciais, podemos pressupor que, no todo, há muita coisa tramitando de cá pra lá e de lá pra cá de maneira desnecessária. Claro que é preciso reconhecer, nesse ponto citado, que os três poderes da República envolvidos na história são independentes, ainda que, em tese, harmônicos. Pelo mesmo princípio, é possível imaginar que tal fato se reproduza em todas as câmaras país afora, bem como nas assembleias legislativas e no Congresso Nacional, com trâmites que devem custar milhões ou bilhões de reais se computados todos os custos, não apenas materiais, mas das horas trabalhadas das pessoas que se envolveram ao menos em uma parte desses processos. Afinal, é óbvio que, quanto mais “papelada” transitar entre os setores, ainda que por meios digitais, mais pessoas serão necessárias para monitorar isso tudo e fazer a coisa andar, passando de um para o outro e para o outro, e assim sucessivamente, muitas vezes com aquele mesmo documento voltando no sentido oposto quase ao ponto inicial, mostrando, talvez, que tudo foi deveras inútil. Não dá para dizer se há como melhorar essa realidade. Afinal, não são só as leis inconstitucionais que causam esse trâmite prejudicial, pois também há aquelas que em nada contribuem para a vida do cidadão e, desse modo, só causam despesas. Soma-se, ainda, outras tantas iniciativas do poder público que não envolvem leis e só geram gastos para que suas existências aconteçam.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.