Desesperançosos

O que fazer ao adentrarmos em uma sala de aula totalmente desesperançados, desestimulados e desacreditados pelo poder público? Como acreditar em uma educação humanizadora quando nem sequer somos ouvidos?   

Como refletirá o descaso e a desvalorização para com os professores em sua atuação em sala de aula? Que tipo de cidadãos querem que formemos quando sequer temos espaço para falar ou quando falamos, ressoa no vazio?   

É fato que a valorização não se dá apenas financeiramente, porém, é através destes vencimentos que muitos procuram melhorar suas condições e parafraseando um secretário... “o seu arroz é o mesmo que o de todos”, aqui, “o arroz de todos é o mesmo que o meu”, portanto, qual o ponto de equilíbrio? Qual a proposta de isonomia foi aplicada? E mais, qual a justificativa em criar novos cargos e secretarias quando se alega não ter dinheiro para melhorar os vencimentos dos professores?  

Mas jazemos desacreditados...ecoando vozes inaudíveis, talvez até com o grito entalado na garganta...  

Todavia, é tempo de perseverar e continuar estas batalhas, não é possível que tenhamos de aceitar apascentados os impositivos sem sermos ouvidos. O ato de educar vai além e é primeiramente para conosco, nos aprofundarmos cada vez mais nas leis e cobrar junto aos órgãos competentes.   

Digamos não ao retrocesso, ao desânimo e ao descompromisso em ouvir a categoria, digamos não ao desvalor. Durante a pandemia, quando fomos abandonados ao nosso ímpeto em aprender o uso de tecnologias, nos mostramos fortes e insubstituíveis e cito aqui Quintana...   

Todos esses que aí estão 
Atravancando meu caminho, 
Eles passarão... 
Eu passarinho! 

Lembremos assim da nossa capacidade enquanto professores e ainda mais enquanto cidadãos e formadores de opinião.

Autor

Eduardo Benetti
Professor Recreacionista em Catanduva