Desenvolvimento abstrato

Catanduva conquistou posição de destaque nacional no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) 2025, que avalia dados do ano-base 2023. Com nota geral de 0,8513, a cidade foi classificada na faixa de desenvolvimento alto, a mais elevada da escala. O desempenho colocou Catanduva no 40º lugar no ranking nacional e 25º entre os municípios paulistas. Essa notícia veiculada na edição de ontem foi celebrada pelo governo municipal, inclusive com postagem nas redes sociais. O resultado realmente é positivo, mas o problema é que, na “vida real”, esses indicadores de desenvolvimento sempre parecem ser abstratos demais. São números obtidos em pesquisas, levantamentos geralmente baseados em médias que fazem esquecer que sempre há pessoas abaixo da tal linha mediana. Para aquela família que vivencia situação de vulnerabilidade, nada muda o fato de Catanduva estar ou não entre as mais desenvolvidas do país. Para quem está em busca de emprego e não consegue se encaixar no mercado de trabalho, pouco importa o fato de a cidade estar inserida num restrito grupo de alto desenvolvimento. Para que a vida dessas pessoas deslanche, elas precisam de ações concretas e reais do poder público, seja com auxílio emergencial, apoio de projetos sociais, oportunidade de qualificação e que a cidade absorva sua força de trabalho, possibilitando a autossubsistência e, quem sabe, crescimento profissional. O desenvolvimento municipal também precisa ser real, palpável, para evitar que aquele jovem da classe média que conseguiu sua formação tenha que se lançar para fora da cidade em busca de um futuro melhor. O desenvolvimento que se almeja é aquele em que Catanduva conviva com menos desigualdade e que todos tenham mais qualidade de vida.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.