Desdobramentos
Há muitas perguntas sem respostas nessa história das redações do concurso público do Ibam, que parecem ter vazado e acabaram sendo revisadas por um grupo de professores anônimos que, ao se deparar com erros gramaticais nas dissertações de “notas altíssimas”, como dizem eles próprios, levaram a denúncia à Secretaria Municipal de Educação e órgãos de imprensa.
A denúncia foi feita com exclusividade no início do mês pelo Jornal O Regional. Não fica claro, também, como os textos, que deveriam ser protegidos, chegaram às mãos de terceiros para serem analisados e desconstruídos livremente.
Também não dá pra entender como as redações vazadas puderam alcançar notas tão altas, se tudo que está sendo exposto for real, a não ser que os demais textos somem ainda mais erros – e na equiparação, seja aceitável que uma redação com 37 pontos, dos 40 possíveis, possa ter falhas tão evidentes.
Por toda a tradição do Ibam, o ponto crucial desse episódio talvez seja o esclarecimento público de como as coisas aconteceram e que fique demonstrado que todos os procedimentos foram feitos com o rigor esperado.
A instituição sabe disso, afinal, situações como essa podem arranhar a credibilidade construída por anos e levantar dúvidas sobre a banca examinadora e real segurança com que a empresa trata os dados pessoais de inúmeros candidatos que participam de suas provas. Por isso, certamente essa história não termina aqui. Não pode ser assim.
Autor