Desassossego

É difícil achar explicações plausíveis para a proposta que aparentemente foi feita aos médicos que prestam serviços para a Associação Mahatma Gandhi. Até porque, pelo que se ouve dos próprios profissionais, realmente não houve qualquer justificativa.

Quando há um tipo de mudança contratual desse nível, é de se esperar que alguém fale algo, tipo, com essa manobra, abriremos margem para contratar mais funcionários. Que tal? Ou, estamos fazendo isso devido a tal fato, expondo causa e consequência.

Diferente disso, a organização de saúde é responsável pelos mesmos pontos de atendimento na rede pública, continua recebendo os mesmos valores de anos anteriores ou até mais e tem como responsabilidade a vida de milhares de pessoas. Estão precisando enxugar a folha? Economizar? Ou é um movimento de gestão com intuito de crescer, a despeito da situação dos colaboradores – que se dizem inseguros com a situação.

Afinal, pensando bem, é um tanto quanto estranho você ser obrigado a se tornar acionista de uma empresa que você nunca ouviu falar, que não tem certeza de onde, o que faz e qual índole tem, colocando-se como cotista, parceiro, investidor de algo pra lá de obscuro, quando o que você quer mesmo é manter o seu emprego e prosseguir com os atendimentos médicos.

Diante de eventual negativa do grupo de médicos que aí estão, como ficarão os serviços de saúde? Serão jogados a quem quer que seja e que aceite tais condições? Parece ser grande o desassossego, a vontade de mudar o que está caminhando, mesmo que outros paguem por isso.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.