Desafios da Saúde Mental na Era da Conexão
A palestra do jornalista André Trigueiro em Catanduva foi um momento marcante para reflexão sobre saúde mental e prevenção do suicídio. O evento, promovido pela ARCOS (Associação e Rede de Cooperação Social) e o apoio da AVIVA/CVV de Catanduva, reuniu um público atento às questões abordadas.
Trigueiro iniciou destacando como a masculinidade tóxica afeta homens de todas as idades, mas especialmente aqueles em profissões de alta pressão, como os policiais. Ele explicou que o estigma de "ser forte" e não demonstrar fragilidade emocional é uma das principais barreiras para a busca de ajuda. Essa mentalidade, enraizada na cultura, leva muitos homens a internalizarem o sofrimento, contribuindo para índices alarmantes de suicídio em categorias como as forças de segurança pública. Ele também mencionou a falta de suporte psicológico adequado e o estresse cumulativo a que esses profissionais estão expostos, agravando sua vulnerabilidade.
Em seguida, o jornalista voltou sua atenção para um dos públicos mais sensíveis à questão do suicídio: os jovens. Ele apresentou dados alarmantes que apontam o crescimento desse fenômeno nessa faixa etária, ressaltando que a adolescência e o início da vida adulta são períodos de intensas transformações emocionais e sociais. Trigueiro enfatizou que fatores como bullying, pressões acadêmicas e familiares, e questões relacionadas à identidade pessoal e sexualidade podem ser desencadeantes de crises emocionais graves.
O uso indevido da internet também foi tema central da palestra. Trigueiro alertou sobre os perigos da exposição prolongada às redes sociais, que frequentemente promovem padrões de vida irreais e geram comparações prejudiciais. Ele destacou como os jovens, muitas vezes, são impactados por discursos de ódio, cyberbullying e desafios perigosos que circulam online, agravando sentimentos de inadequação, ansiedade e depressão. O jornalista também lembrou a existência de conteúdos que podem incentivar práticas autodestrutivas, reforçando a importância de uma supervisão ativa e do diálogo aberto entre pais e filhos sobre o uso consciente da tecnologia.
Encerrando sua apresentação, André Trigueiro deixou uma mensagem de incentivo: é possível transformar a realidade se a sociedade, as famílias e as instituições se comprometerem a agir de forma preventiva e educativa. O cuidado com a saúde mental, especialmente de jovens e grupos vulneráveis, deve ser uma prioridade. Ele reforçou que a valorização da vida passa pelo uso responsável das ferramentas digitais e pela criação de redes de apoio, mostrando que juntos podemos construir uma sociedade mais acolhedora e saudável.
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