Depois do Carnaval
Quem nunca ouviu a frase de que no Brasil, o ano só começa depois do Carnaval? Se a velha máxima estiver correta, ele acaba de começar. Se for só uma ideia qualquer e de origem desconhecida que se arraigou na mente dos brasileiros, superamos um longo feriadão para retomar as atividades corriqueiras depois dele. E é isso, nada além. Seja como for, o Carnaval ficou para trás e as férias escolares também já passaram. Com isso, a tendência é que todos os segmentos voltem à rotina. Aliás, muita gente sequer parou. Bancos, supermercados e muitas empresas seguem funcionando ininterruptamente, porque tempo é dinheiro e, na era da informação e da velocidade, quem ficar parado é facilmente ultrapassado. Para os executivos, a tomada de decisão precisa acontecer a todo tempo e as férias, nesse aspecto, tornam-se irrelevantes. Os longos feriados, a exemplo do Carnaval, são sinônimos de prejuízo financeiro, à medida que o contingente precisa ser reduzido e máquinas fiquem ociosas. Enquanto muitos trabalhadores olham para o calendário com preocupação pela falta de datas de folga para emendar, os patrões se alegram ao ver menos pausas para seus negócios. De todo modo, nesse pós-Carnaval temos mesmo muitas coisas a nos preocupar, a começar pela economia nacional, pelo avanço da dengue e ressurgimento da Covid-19, bem como para os problemas locais e regionais, que não são menos importantes, muito pelo contrário. A despeito de qualquer jargão popular, é hora de superar os prazeres das férias e a preguiça pós-Carnaval para arregaçar as mangas e buscar um lugar ao sol. O mundo anda cada vez mais apressado e quem perder mais tempo divagando sobre as coisas boas do início de ano acaba sendo atropelado – primeiro, pelos boletos que se acumulam nos primeiros meses do calendário e, depois, pelos concorrentes do vestibular, do mercado de trabalho ou do mundo empresarial. Hoje em dia, não se pode parar.
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