Defasagem policial preocupa

Faltam policiais civis em Catanduva e não são poucos. De acordo com números exclusivos obtidos pelo jornal O Regional junto ao Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, o Sindpesp, a defasagem era de 111 profissionais até outubro do ano passado. Em todo o estado de São Paulo, segundo o Sindpesp, são 16.653 homens e mulheres a menos trabalhando na Polícia Civil, e sem a previsão de substituição imediata. Sem a realização de novos concursos públicos, nem a conclusão dos que já estão em andamento desde a gestão anterior do Palácio dos Bandeirantes, cresce o déficit, que hoje está em 38,5%. Para se ter uma ideia, dos 41.912 cargos existentes na instituição, 28.294 estão ocupados, segundo o levantamento do Sindpesp tabulado no dia 31 de maio e que sinaliza 16.653 posições vagas. Nos últimos cinco meses, por exemplo, São Paulo perdeu em 486 policiais civis por morte, exoneração e aposentadoria. O reflexo disso é um trabalho que muitas vezes fica inviabilizado por conta de poucos agentes, que ficam limitados e, em muitos casos, impedidos de exercerem suas funções. São investigações mais lentas e crimes que sequer são explicados. Não por terem sido “perfeitos”, mas porque fica difícil apurar tudo quando falta pessoal. Outro efeito da defasagem é a sobrecarga. Há delegados que desempenham a função de até quatro colegas e casos em que investigadores têm que acumular funções burocráticas para não deixar a população desassistida. Em muitas delegacias espalhadas pelo interior há apenas uma equipe, muitas vezes incompleta, para atender em todos os turnos. Isso resulta em adoecimento e esgotamento físico e mental dos policiais e na falta de segurança para a população que fica, inclusive, impedida de ter acesso aos seus direitos.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.