Cresce a criminalidade

O Brasil vive hoje um dos momentos mais estarrecedores em função da criminalidade que se expande à medida que os dias se sucedem e de difícil solução, até que o Poder Judiciário adote medidas com todo o rigor para conter o número de homicídios que cresce assustadoramente em algumas partes do país.

Há de se destacar os últimos acontecimentos na Bahia, Santos e Guarujá, palco da violência sem limites. Com isso, na baixada santista foram registrados 14 mortos, operação inevitável pelo comando da polícia militar, após assassinato do jovem policial no Guarujá.

A operação ocorreu após assassinato do soldado da rota Patrick Bastos Reis no Guarujá, motivando a reação lógica dos policiais, no sentido de localizar e prender os assassinos de um policial no cumprimento do seu dever.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil registrou 47.503 homicídios ao longo de 2.021, equivalente a 130 mortes por dia. O número representa uma queda na comparação ao índice de criminalidade de 2.020 e é o menor registrado desde 2.011, mas apesar da redução de alguns números, o país ainda apresenta dados alarmantes sobre o crime.

As causas que dão origem à violência e de uma forma especial são diversas, entre elas a profunda desigualdade social, falta de oportunidade para as camadas mais pobres da população, a ausência e a negligência do Estado, o sistema judiciário, que deveria tomar alguma iniciativa mais drástica, ainda não encontrou meios suficientes para  a redução da circulação de armas e o tráfico de drogas.

É certo que a criminalidade afeta a vida de todos, direta ou indiretamente. Dos que choram  em razão da perda dos entes queridos, até àqueles que se acham distantes das periferias ou zonas de altas taxas de violência, correm o risco da criminalidade com todo o sistema de segurança existente, acabam sendo atingidos de uma forma ou de outra, dependendo da circunstância do momento e da própria violência existentes.

A má distribuição de riquezas, as crises econômicas, destruição das necessidades prementes são algumas causas da criminalidade. A miséria e a pobreza elevadas ao pilar máximo da intensidade se constituem descontentamento por parte daqueles que pouco têm ou  nada tem, oferecendo-lhes o mínimo de uma condição de vivência com dignidade.

O problema da criminalidade está presente em qualquer discussão à medida que vai tomando dimensão e que se trava no âmbito do teor de uma desavença entre duas pessoas. Nessas condições, e diante dessa triste realidade que se constata, no que tange às formas de desequilíbrio entre dois personagens, a violência empregada acaba se transformando no óbito de um deles.

Muito se fala na criminalidade que ocorre no Brasil, mas dificilmente suas verdadeiras causas são apontadas. A maioria culpa a desigualdade social, a falta de oportunidade àqueles que desejam desempenhar esta ou aquela atividade profissional, o desemprego, a falta de educação, a pobreza, o capitalismo e até mesmo a própria sociedade.

Apesar dos pesares, o número de assassinatos continua em queda em 2.023, segundo o índice nacional de homicídios, com base nos dados oficiais de 26 estados e do Distrito Federal.  Foram 10,2 mil assassinatos nos três primeiros meses deste ano, o que representa uma baixa de 0,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os crimes relacionados ao tipo de drogas são os que mais levam pessoas às prisões no Brasil, com 28% da população carcerária total. Somados esses crimes aos roubos e furtos, chegam a 37% das ocorrências em todo o país com remotas chances de redução.

Autor

Alessio Canonice
Ibiraense nascido em 30 de abril de 1940, iniciou a carreira como bancário da extinta Cooperativa de Crédito Popular de Catanduva, que tinha sede na rua Alagoas, entre ruas Brasil e Pará. Em 1968, com a incorporação da cooperativa pelo Banco Itaú, tornou-se funcionário da instituição até se aposentar em 1988, na cidade de Rio Claro-SP, onde reside até hoje.