Coringa: A história de um palhaço assassino

Embora o cinema de Catanduva continue fechado até segunda ordem, o filme Coringa: Delírio a Dois foi lançado nesta quinta (3) em todo o país. Vamos, portanto, ter de esperar um pouco para assisti-lo, mas podemos falar sobre a origem incomum desse personagem, de vilão dos quadrinhos do Batman até sua singular carreira na TV e cinemas. 

O Coringa foi criado por Bill Finger, Bob Kane e Jerry Robinson, aparecendo pela primeira vez em Batman #1 em 1940. O personagem tem ligação com o cinema, pois foi inspirado na figura do ator alemão Conrad Veidt, no filme O Homem Que Ri (1928). Inicialmente, ele era um criminoso comum, mas logo se tornou um psicopata com uma aparência bizarra devido a um acidente químico. Uma das histórias de origem mais famosas é A Piada Mortal (1988), Nela, ele é retratado como um comediante fracassado que se transforma no Coringa após um dia terrível.

O Coringa já foi interpretado por vários atores ao longo dos anos, Na TV, por Cesar Romero, na série de TV Batman (1966-1968), com um tom mais cômico. Foi o auge da Batmania, num clima bem camp e colorido.

A primeira grande aparição no cinema foi no Batman (1989), com Jack Nicholson, numa versão mais sombria e psicótica, embora ainda farsesca. Outro grande Coringa foi Heath Ledger, em Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008), cuja interpretação lhe rendeu um Oscar póstumo de Melhor Ator Coadjuvante. Foi o primeiro Oscar do Coringa. Finalmente, Jared Leto, em "Esquadrão Suicida" (2016), apresentou uma versão moderna e controversa, mas bastante limada no filme.

Coringa: Delírio a Dois é dirigido por Todd Phillips, que também dirigiu o primeiro (2019). Phillips é conhecido por seu trabalho em comédias como Se Beber, Não Case! e dramas como Nasce Uma Estrela.

Joaquin Phoenix ressurge como Arthur Fleck, o Coringa, papel que lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator, um feito e tanto para um personagem baseado em quadrinhos e, ainda por cima, vilão. Na trama, Fleck é um comediante de stand-up com problemas mentais que se transforma no infame Coringa.

O grande chamariz da sequência, no entanto, é a presença da diva pop Lady Gaga, no papel de outra vilã, Harley Quinn, ou como a conhecemos desde que surgiu nas animações Batman: The animated series, a Arlequina. A personagem já apareceu nos cinemas em duas produções do Esquadrão Suicida e num filme solo, com Margot Robbie no papel que se tornou icônico.

Dessa vez é Gaga quem interpreta a psiquiatra que se apaixona por Arthur e se torna sua cúmplice e amante, internado no presídio/manicômio Arkham. O filme, que adota um formato de musical, explora o romance perturbador entre o Coringa e Harley Quinn, enquanto ele lida com sua dupla identidade e a linha tênue entre realidade e delírio.

A DC Comics (Warner) é conhecida por seu “multiverso” próprio, aliás, bem anterior ao da Marvel, o Elseworlds. Se o Coringa do Phoenix não parece ter ido bem das bilheterias nessa sequência (que só existe por que o primeiro filme quebrou o bilhão de dólares), o personagem com certeza voltará, seja em animações, séries ou novos filmes. Além, é claro, da sua mídia de origem, os quadrinhos. 

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.