Coração de mãe cabe todo mundo, mas também precisa de cuidados
A situação é tão grave que segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde – as doenças cardiovasculares são responsáveis por 1/3 de todas as mortes de mulheres no mundo, o equivalente a cerca de 8,5 milhões de óbitos por ano, mais de 23 mil por dia.
Um dos maiores fatores de morte é que a mulher não percebe os sinais que o coração não anda bem. Um dos principais sinais de alerta está no colesterol. O bom, HDL, deve estar acima de 50 mg/dl. O mau, LDL, abaixo de 100 mg/dl e a pressão arterial não deve passar de 12 por 8.
Sabemos que o aumento da incidência de eventos cardiovasculares na mulher é consequência do envelhecimento natural e do estilo de vida. Somado a esses sinais, outras condições negligenciadas pelas mulheres as transformam em vítimas potenciais, como o crescimento da obesidade, o descontrole do diabetes e dos níveis do colesterol, tabagismo, sedentarismo, o estresse do dia a dia e a pressão arterial elevada resultantes da jornada tripla da mulher moderna aumentou o estresse e a ansiedade – fatores que também as deixam mais suscetíveis aos problemas cardíacos.
Entre as brasileiras, 1 em cada 5 mulheres adultas está em risco de desenvolver doenças cardiovasculares; o infarto em mulheres é mais fatal do que entre os homens.
É que a maioria desconhece que as doenças cardiovasculares são a maior causa de mortes entre as mulheres, com 8 milhões de mortes por ano. Número oito vezes maior do que o de mortes por câncer de mama e pelo desconhecimento, poucas mulheres visitam o cardiologista regularmente.
Até os sintomas de um infarto na mulher é desconhecido. No homem há uma forte dor no peito que irradia para os braços. Na mulher, os sintomas de infarto são: náusea, fraqueza, dores gástricas e falta de ar o que confunde muito com outras doenças e se acaba nem indo ao médico e quando vai já não tem como reverter o quadro.
Então o que fazer? Procure um cardiologista, faça os exames e veja como está seu coração. Mãe também precisa de cuidados. E quando mais tempo você puder ter sua mãe perto, melhor. Por isso, não basta apenas estar no coração dela, é preciso cuidar desse coração para que ele bata feliz por muitos anos! Afinal ter a mãe viva é um privilégio.
Max Lima
Médico especialista em cardiologia e terapia intensiva no Hospital Albert Einstein
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