Contra hegemonia

Infelizmente temos visto nos mais diversos meios de comunicação um disparate entre posicionamentos políticos que culminaram em agressões das mais diversas, até em morte. É lamentável que estejamos chegando ao fim de 2022 e opiniões não sejam aceitas, sendo rechaçadas através da violência. 

Mais recentemente, vimos o caso da ação nefasta daquele senhor em recusar a marmita a uma senhora puramente por ela ser eleitora do Lula, se valer da situação de pobreza de uma pessoa para justificar a hegemonia de poder e distinção entre as classes é nojento, desprezível. 

O mais deprimente é que estamos regredindo, aparentemente, a um estado primitivo de resolução de conflitos, em que deixamos a capacidade dialógica e a compreensão de lado pela utilização da violência, justamente para perpetrar um crime em nome de uma posição política ou outra qualquer, que em muitas vezes não incide direta ou indiretamente em sua qualidade de vida ou recursos para manutenção da mesma. 

A luta deve ser contra hegemônica, ou seja, pautarmos por uma equidade de oportunidades, de modo que reduzamos a desigualdade e possibilitemos a todos, independente de classe social, a oportunidade em igual escala a todos. 

Aqui nos deparamos com um cenário que foi escancarado durante a pandemia, mas que ficava atrás das cortinas outrora, mesmo que tenhamos consciência daquilo que está sob nossos olhos. Enquanto muitos, inclusive a classe média, sofria com falta de recursos e até mesmo de alimentos, perda de emprego, entre outros pontos, muitos dos ricos aumentaram sua renda e outros novos milionários e bilionários surgiram. 

Portanto, aqueles que sofriam antes, mantiveram-se sofrendo durante e certamente, pós-pandemia, mas o que diferencia é que muitos outros que estavam numa classe média, desceram do salto e hoje se encontram entre os mais necessitados. 

Dessa maneira, a hegemonia de poderes tende a se perpetuar quando não há consciência de classe e mais, quando vilipendiamos as pessoas mais necessitadas. A caridade não reside em quanto você ajuda, mas sim se o faz sem humilhar ou desprezar o desfortúnio de outrem. 

Aqui cabe um apelo aos mais extremistas...Se porventura não concorda com este ou aquele ponto de vista, afaste-se. Não vale a pena a discussão, mas não deixe de ser contra a hegemonia de poderes que faz com que a humanidade, em especial os mais carentes, sejam humilhados constantemente. A luta deve acontecer no campo democrático de ideias, propostas, atitudes e ações, fora deste espaço, é apenas uma rinha animalesca.

Autor

Eduardo Benetti
Professor Recreacionista em Catanduva