Conservador, mas nem tanto!

O termo conservador no dicionário traz algumas definições, todas poderiam deixar bem claro o que desejamos trazer, “Toda ideologia ou ponto de vista que se pauta em tradições ou tende a ser hostil a mudanças”, “Toda ideologia ou ponto de vista que se pauta em tradições ou tende a ser hostil a mudanças”. Nesse sentido, podemos considerar que aquela pessoa que se considera conservadora, tende a buscar a manutenção do status quo da sociedade, tal proposta implica, sobretudo, em não ponderar propostas de mudanças que atinjam os demais grupos sociais, pois isso seria uma ruptura com os preceitos estabelecidos.

No Brasil, um país que tende a reclamar de Big Brother, mas que tem uma média de leitura de aproximadamente quatro livros ao ano e que muitos utilizam das mídias sociais como fonte inviolável de informação, sem questionar, sem duvidar e tomar como uma verdade inquestionável muitas das coisas que por lá são enviadas, a estrutura conservadora, aliada a um pensamento neoliberal e a uma tentativa de manutenção de poder, encontrou campo fértil nesse espaço. Toda uma narrativa de que o Brasil seria uma nação comunista (velha história já usada desde o Golpe Militar), que haveria a destruição da família, da propriedade foram utilizadas para engajar os menos dispostos a tentar buscar fundamentos em tais falas.

Outro ponto que podemos observar é que esse conservadorismo só é válido se ele fundamentar meus desejos, caso contrário, não vale. Esse relativismo é bem visto na política, em que deputados são presos por não pagarem pensão (Família, não?), tem ficha criminal por homicídio ao dirigir embriagado, outros condenados por homofobia, entre tantos outros. Esse relativismo não poderia estar presente nas falas conservadoras, pois, há nítida ruptura entre falas e atitudes, ações e posturas.

Passemos assim às eleições municipais, obviamente que em Catanduva, majoritariamente conservadora e também bem inclinada aos ditames das redes sociais, encontramos figuras assim, que se transvestem de um conservadorismo apenas para galgar alguns votos e tentar se manter ou ascender ao poder político. É preciso ter cautela e buscarmos conhecer os candidatos que tentam usar a figura sacrossanta de moralidade, aliás, o próprio conservadorismo é uma estrutura moralizante, ou seja, quer impor uma moral de forma unilateral, nem que seja a força. E sobre força e desejo de impor uma vontade, temos o 8 de janeiro como exemplo.

Não deixemos de estudar o que cada candidato propõe, mas também observemos a vida pregressa destes, isso muito dirá da conduta e caráter daqueles que se dizem pináculos da moral.

Autor

Eduardo Benetti
Professor Recreacionista em Catanduva