Competência Moral

Georg Lind (2022), em seu artigo sobre Competência Moral descrevia que a essência da democracia é a capacidade de resolver conflitos inevitáveis através de do diálogo e formas não violentas, partilhando de princípios morais como a liberdade, justiça, cooperação, entre outros.

Entretanto, cada vez mais, notamos que conflitos facilmente resolvidos pelo diálogo têm tomado proporções absurdas, com uso da violência, da agressão, retornando o ser humano ao seu mais animalesco estágio evolutivo, aliás, tal involução encontra guarida na imensa e descontrolada fábrica de mentiras e de disseminação de ódio que se alastra pelo Brasil e pelo mundo.

Os ideais democráticos deveriam ser principais meios para se dissipar problemas, entretanto, os mesmos que tanto arrotam sobre a democracia, são parte desse agente infeccioso que fomenta as práticas mais absurdas contra o estado de direito de todos. Para, além disso, acirraram-se os ânimos nesta disputa disparatada de quem realmente é o bastião da moralidade, na qual se enraíza toda forma de contenda a fim de que se sobreponha ao outro lado, a sociedade tem se afunda, cotidianamente, em descaso, miséria, violência e falta de humanidade.

Dado esse panorama, voltamos nossos olhares para a educação, espaço esse que é sempre pauta de disputas, desde acusações sobre doutrinação, até de coisas mais absurdas, como a sexualização precoce de crianças, mas o que se destaca é que esses experts do campo educacional, ou não tem o mínimo de formação para fazer conjecturas sobre, ou quando tem, nunca pisaram em uma sala de aula, mas para que o circo tenha seu público, inflamam a sociedade, que é ainda mais volúvel e pouco consciente, criando também um espaço de disseminação do ódio e de mentiras.

Lind, nesse mesmo artigo fala que para que se desenvolva a competência moral, deve-se praticá-la, para tanto, é necessário que o ambiente sóciomoral também esteja preparado, já que será ai que as trocas, discussões e relações sociais acontecerão, dessa forma, deve-se haver a garantia de um ambiente seguro para tal prática.

Esclarecendo o que de fato é a Competência Moral, ela se traduz nos valores, princípios e afetos que desenvolvemos no contexto individual, bem como sua relação com as normas e princípios públicos e a junção desses elementos, define como colocaremos em prática esses princípios em nosso cotidiano, de forma democrática.

Logo, não basta que desejemos a democracia, é necessário busca-la constantemente, cotidianamente, atuando, agindo e desenvolvendo essa competência, de forma que se tornem reais esses princípios que tanto almejamos.

Autor

Eduardo Benetti
Professor Recreacionista em Catanduva