Morbius, o vampiro que veio da Marvel

O que pode ter um vampiro sedento de sangue com um panteão de heróis colorido como o da Marvel, particularmente, o juvenil Homem-Aranha? Tudo. Morbius, que dá nome ao filme em exibição esta semana no CineX, no Shopping de Catanduva, é um personagem pouco conhecido derivado do entorno do popular aracnídeo. Com toda Marvel comprada pela Disney, sobraram para alguns estúdios os personagens correlatos a algumas franquias cujos antigos contratos, no cinema, permaneceram fora dos domínios do ratinho Mickey (exceto quando se firma uma parceria, caso do Homem-Aranha).

Com os direitos de cinema do universo do Aranha, a Sony tem aproveitado cada vilão na tentativa de criar novas fontes de lucros com seus filmes. Foi bem sucedida com o Venom, que já rendeu duas sequências, até agora. Há planos futuros para outros vilões, como Kraven, uma espécie de super-caçador e a Madame Teia, entre outros. A aposta da vez é Morbius, um vampiro sem origem sobrenatural.

Dirigido pelo sueco de ascendência chilena Daniel Espinosa (Vida, Protegendo o Inimigo) o filme mostra como Michael Morbius (Jared Leto), um bioquímico vencedor do Nobel, tão genial quanto fanático, se transforma numa espécie de homem-morcego (fisicamente, não apenas fantasiado como o Batman), forte e capaz de voar, mas acometido de uma voraz sede de sangue.

Ele partiu de pesquisas com o DNA de morcegos para encontrar uma cura para uma rara condição que sofre em seu sangue, que o faz andar de bengala e, desde criança, ser excluído, preenchendo sua solidão com livros e estudos. Morbius se usa como cobaia para o soro que desenvolve com uma mistura de eletrochoque, obtendo sucesso temporário, porém, com efeitos colaterais que o transformam num monstro de pelos e presas de morcego hematófago. Ele, no entanto, sofre com a culpa de sua nova condição.

As pesquisas de Morbius foram financiadas por Milo (Matt Smith), que desde a infância é acometido pela mesma doença. Quando tem acesso ao soro, ao contrário do amigo, sente-se fascinado e sem escrúpulos com as novas condições de poder que seu corpo desenvolve, livre das muletas e com os sentidos e força ampliados, além de voar.

O conflito entre os dois homens-morcegos é inevitável, apesar da atenção aflita do médico que os supervisionou desde a infância, Emil Nikols (Jared Harris) e da médica assistente de Morbius, Martine Bancroft (a atriz portorriquenha Adria Arjona), interesse romântico dele, o que a coloca em perigo maior.

Outra presença importante no filme é Michael Keaton, mesmo comparecendo só na parte final, em cenas entre os créditos, antecipando partes de uma sequência anunciada. Ele repete o papel de Adrian Toomes, o vilão Abutre, que viveu em Homem-Aranha: De Volta ao Lar, mostrando que a Sony aposta numa sequência.

Morbius foi criado em pelo roteirista Roy Thomas e o desenhista Gil Kane, na revista do Homem-Aranha, em 1971, mesmo ano do nascimento de Jared Leto.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.