Coleção ‘Malditos’ em DVD

Imperdível para os fãs do cinema de terror clássico, a coleção “Malditos” está disponível em DVD pela Classicline (em disco duplo, sem extras). No box há os filmes “A aldeia dos amaldiçoados” (1960) e a continuação, “A estirpe dos malditos” (1964) – ambos tratam de um grupo de crianças contaminadas por uma radiação, que desenvolvem inteligência fora do comum e poderes telepáticos. Conheça mais sobre os filmes abaixo.

“A aldeia dos amaldiçoados” (1960): numa cidade do interior da Inglaterra, os moradores desmaiam todos ao mesmo tempo. É algo súbito, causado por uma misteriosa radiação. Horas depois, acordam de um sono profundo, e avida segue normalmente. Meses se passam, as mulheres da cidadezinha dão à luz, e um fato perturbador se evidencia: os bebês são idênticos, com cabelos brancos platinados e sem expressão. Quando crescem, são dotados de uma inteligência absurda e não apresentam sentimentos, além de serem manipuladores. Eles se reúnem num grupo fechado e se tornam violentos, capazes de controlar tudo com a mente, já que possuem poderes telepáticos.

Original, com cenas antológicas, o filme britânico causou estranheza no lançamento, por trazer crianças maldosas e assassinas (elas não matam ninguém com as próprias mãos, mas induzem as pessoas ao crime, já que as vítimas são controladas pela mente delas). Os olhos das crianças ficam cintilantes, e elas causam o terror no vilarejo.

Foi baseado no livro “The Midwich Cuckoos”, de John Wyndham, escritor britânico de ficção científica, e seu livro inspirou outras versões, como o filme de terror de John Carpenter “A cidade dos amaldiçoados” (1995) e a série britânica da Sky, “The Midwich Cuckoos” (2022). No elenco está o ator premiado com o Oscar George Sanders, de “A malvada”, e Barbara Shelley, de “Uma sepultura para a eternidade” (falecida em 2021 de Covid, aos 89 anos).

É um terror clássico com pitadas de filmes de mistério e ficção científica e muito suspense, escrito e dirigido pelo alemão Wolf Rilla.

Quatro anos depois, a MGM produziu também a continuação, “A estirpe dos malditos” (1964), que segue a mesma linha, só que com mais ação e novos rumos para a história. Na parte 2, pesquisadores descobrem seis crianças de nacionalidades diferentes com semelhanças físicas e intelectuais. Elas são levadas a Londres para uma investigação científica, e lá descobrem que elas têm inteligência acima do normal e poderes telepáticos. Uma série de incidentes graves e crimes começam a ocorrer.

É outro diretor (Anton Leader, de séries de TV) e novo elenco, como Ian Hendry e Barbara Ferris. A história traz crianças de outros países, como India, Nigéria e China, o que dá a entender que a contaminação do filme anterior (que nunca foi justificada) se espalhou pelo mundo. E nesse capítulo elas serão confinadas numa igreja e passarão por testes militares – para se vingar, elas controlarão a mente das pessoas levando-as a cometer assassinatos e suicídios - a violência é mais acentuada, ainda que nada chocante, pois estamos falando de anos 60. Uma boa continuação que procura investir no mesmo clima do original.

Autor

Felipe Brida
Jornalista e Crítico de Cinema. Professor de Comunicação e Artes no Imes, Fatec e Senac Catanduva