Coleção ‘Demons’ em bluray pela OP

A distribuidora Obras-primas do Cinema lançou recentemente a coleção “Demons” numa edição caprichada com os dois primeiros filmes em bluray. A caixa traz todas as versões disponíveis no Brasil dos dois filmes de terror italiano de Lamberto Bava, “Demons - Filhos das trevas” (1985) e “Demons II - Eles voltaram” (1986). Os filmes vêm nas versões italiana e internacional em inglês (o que muda, além do áudio dublado em inglês, são os letreiros na abertura e no encerramento).

Em “Demons – Filhos das trevas” (1985), um grupo de pessoas é convidado para a sessão noturna de um filme misterioso num cinema de rua. Na entrada do cinema, há uma máscara de metal exposta, que faz parte do figurino dos personagens do filme que eles assistirão. Alguns tocam na máscara, outros a colocam no rosto. Mas ninguém sabia que ela estava contaminada, e quem esteve em contato se transforma em demônios zumbis devoradores de carne humana. Enquanto o filme é exibido na sala, os convidados vão virando demônios, num banho de sangue sem fim.

Com certeza um dos filmes mais horripilantes do cinema, com cenas de puro terror e delírio, mortes macabras e um show de efeitos especiais à moda italiana. As criaturas medonhas com dentes e olhos saltados são grotescas e dão medo nesse filme impactante e muito popular na Itália, conhecido pelas cores fortes e violência. Lamberto Bava, o diretor, era neto do técnico em efeitos especiais e diretor de fotografia entre os anos 10 e 60 Eugenio Bava, e filho do maior nome do cinema de horror italiano, o diretor e também técnico em efeitos especiais e diretor de fotografia Mario Bava – de “A maldição do demônio” (1960), “As três máscaras do terror” (1963), “O planeta dos vampiros” (1965) e tantos mais. Isso fez todo sentido para sua formação – em 1977, assumiu parte da direção do último filme do pai, que estava doente, “Schock” (Lamberto não tem créditos no filme). Iniciou oficialmente na direção em dois gialli, “Macabro” (1980) e “Uma lâmina no escuro” (1983) e em seguida assistência de direção de Dario Argento em “Tenebre” (1982) e lá ficou próximo do diretor, que escreveu o roteiro de “Demons I e II”. Trouxe para o primeiro filme a trilha sonora de Claudio Simonetti (do grupo Goblin), e fez uma fita de terror metalinguística (o cinema dentro do cinema), ousada e que nos provoca sensações de pavor.

Com a repercussão positiva, Bava fez a continuação, “Demons II: Eles voltaram” (1986), com outra ambientação. A contaminação das pessoas com a máscara mortuária do filme anterior continua, e agora o caos se espalha pela cidade. Pessoas se transformam em zumbis demoníacos e saem em busca de carne humana. Um grupo de moradores de um prédio residencial de 10 andares se isola para fugir dos demônios. Aqui o show de horrores continua, com mortes macabras, delírios, um visual intenso e muito frenesi. É tão bom quanto o primeiro! No box há a versão original de cinema, com a máxima metragem disponível, 92 minutos, vendida como sem cortes – isso porque na Alemanha e nos Estados Unidos o filme saiu com metragem reduzida devido à violência.

Autor

Felipe Brida
Jornalista e Crítico de Cinema. Professor de Comunicação e Artes no Imes, Fatec e Senac Catanduva