Círculo da morte

A questão não é política. É econômica e, muito além, de sobrevivência. O novo aumento dos combustíveis não pegou ninguém desprevenido: afinal, o brasileiro já se acostumou com a alta frequente, mesmo que tenham passado 80, 90, 100 dias, todo mundo sabia que ela viria. O recuo sim ninguém espera e, quando vem, costuma ser a conta-gotas, ajudando com que se torne ainda mais imperceptível.

O problema é que com a inflação e aumentos de itens básicos, como gás, energia e combustíveis, fica cada vez mais difícil viver no Brasil e, sobretudo, manter negócios no país.

Com exceção de quem ganha alguma coisa com isso de forma direta, todo o restante da cadeia produtiva abre mão de lucro, reduz operações por considerá-las inviáveis diante dos novos valores ou, sem saída, fica no prejuízo – passando a contar os dias até fechar as portas.

O reflexo disso é óbvio: todos os cortes possíveis, sobretudo de pessoal, seja na folha ou terceirizados, com o consequentemente desemprego e suas mazelas, como a pobreza e a fome.

É um círculo da morte que joga o país no buraco – como se já não estivesse – e coloca a população em situação cada vez mais difícil, de penúria, já que o salário não rende diante de tudo isso. Não, a questão não é política. Mas, sim, ela poderia fazer a diferença e ser solução.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.