Circulares de ontem e hoje
O caos vivenciado pelo transporte coletivo do município nos tempos mais recentes pode ter, de alguma forma, “inviabilizado” o serviço. O drama começou em 2018, mas os primeiros indícios devem ter surgido antes, tanto é que a empresa concessionária responsável na década anterior, a Jundiá Transportadora, sequer tinha interesse em preservar o contrato quando ele terminou. Dali para frente, a história todo mundo conhece: a prefeitura assumiu o transporte coletivo com ônibus próprios, na maioria escolares, o que serviu como gatilho político para a cassação do prefeito da época, Afonso Macchione Neto, em decisão da Câmara de Vereadores. Naqueles anos, foram várias trocas de empresas, suspensão dos serviços e rompimentos de contratos. Quem não se lembra da rápida passagem da Tambaú pela cidade, com vários ônibus que ficaram sem combustível no meio do trajeto? O contrato, que era emergencial, foi rompido e a prefeitura reassumiu o serviço, inclusive contratando ônibus particulares dessa vez. Outra que chegou a transportar os catanduvenses foi a Via Sol, já com mais tranquilidade, abrindo espaço para a Auto Viação Suzano assumir o contrato emergencial, num primeiro momento, e a concessão definitiva logo depois. De lá para cá, é quase certo que a empresa só continue operando na cidade devido ao subsídio do poder público, iniciado durante a pandemia do coronavírus. Não à toa a tarifa continua a mesma, R$ 4, por todo esse período contratual. Sua operação, porém, ainda é marcada pela má qualidade dos ônibus e pela restrição de horários, reduzidos justamente na fase mais crítica da Covid-19. Ao circular praticamente de hora em hora, o transporte coletivo fica pouco convidativo, já que os trajetos ficam longos e penosos. A melhor qualidade dos ônibus que acabam de chegar pode ajudar a reverter esse quadro, mas há muito mais a ser feito para atrair a população, de fato, e fazer com as que as pessoas troquem o carro pelo ônibus. Isso seria bom para a empresa, para o trânsito e, sobretudo, ao meio ambiente.
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