Chuva de prorrogações

O final de ano vai chegando e, com ele, começa uma série de prorrogações de obras e contratos. Tudo que não terminou vai sendo protelado para o outro ano, em aditamentos intermináveis. Muitos deles envolvem só a questão do prazo, mas há aqueles que também elevam os valores previstos inicialmente. Aliás, à medida que o tempo passa, a alta dos custos é quase que algo óbvio, já que o preço dos materiais de construção e da própria prestação de serviços vai aumentando. O caso da reforma do Shopping Popular Alípio Gomes, retratado na edição de ontem, é um bom exemplo. O edital foi lançado em 28 de dezembro de 2023 com a estimativa de preços daquele momento. O contrato foi homologado em 23 de fevereiro de 2024 – até que rápido, se comparado com outras licitações mais complexas. A ordem de serviço foi emitida no dia 28 daquele mesmo mês e a conclusão dos trabalhos estava prevista para 27 de junho. Depois, o prazo foi prorrogado para outubro e, nesta semana, estendido para abril de 2025, ou seja, o tempo vai passando e a obra continua visivelmente longe de acabar (ou de começar?). Para azedar o caldo, há ainda um impasse sobre onde abrigar os comerciantes durante o período de obras, pois ao que parece isso também não está definido. Este caso não é único e a culpa não é exclusiva da empreiteira responsável; na verdade esta é uma entre tantas obras públicas que começam já com aditamento “garantido”, pois essa é a cultura que se tem, os prazos são fixados, mas nem sempre respeitados, as obras se arrastam, a população vai esperando até que, um dia, a construção termine. Quando o local da obra envolve o comércio, como no Shopping Popular ou na futura reforma do calçadão da rua Brasil, a coisa fica ainda pior, pois o transtorno pode interferir diretamente nas vendas e no sustento de famílias inteiras, o que tende a exibir mais cautela e bom senso dos gestores públicos. Se é pra fazer, que seja rápido e com qualidade.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.