Céu acinzentado
As queimadas causaram uma névoa branca sobre Catanduva, ontem, dificultando a respiração e agravando o desconforto. De acordo com o Corpo de Bombeiros, eram pelo menos três focos de incêndio grandes pela manhã, em diferentes pontos da cidade. Juntos, eles mudaram a cor do céu. Conforme os registros, de janeiro a maio deste ano, foram atendidas 341 ocorrências de incêndio em vegetação. E com a secura das últimas semanas, os números só aumentam. É difícil discutir as causas das chamas, pois muitas envolvem ação proposital de quem decide atear fogo em mato seco, mas também há o descuido daquele que joga a bituca de cigarro pela janela, sem se atentar que, nesse clima quase desértico, fica fácil para o fogo se espalhar. Vale lembrar que Catanduva e região estão vivendo sob seca severa. A falta de chuva se alastra e deixa a umidade relativa do ar próxima de 20%, nível considerado crítico, quando o mínimo ideal é de 60%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No país, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), 1.024 cidades brasileiras estão sob a classificação de seca extrema e severa – o que inclui Catanduva e mais 17 municípios do seu entorno. Nesse cenário de estiagem, a prevenção é o melhor caminho: não há porque “brincar” com fogo, quando é quase certo que ele não será facilmente controlado depois. Por isso, a orientação do Corpo de Bombeiros é que não se pratique queimadas, ainda que seja para limpar terrenos e em propriedades particulares. Além de causar prejuízos à saúde das pessoas e ao meio ambiente, essas queimadas são infrações ambientais previstas por lei municipal e podem acarretar multas. Se todo mundo contribuir, fazendo sua parte, vamos respirar melhor.
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