Catanduva desmorona
Parece loucura a acusação recebida por O Regional sobre a suposta omissão deliberada do poder público municipal na contenção de erosões em rios e córregos visando angariar apoio a obras futuras de canalização. Talvez realmente seja ou, obviamente, talvez tenha lá o seu fundo de verdade. De repente, num exercício de criatividade, os gestores estejam pensando que não seja necessário intervir com urgência naqueles pontos mais graves porque, coincidentemente, são locais que poderão receber obras de canalização. O problema é que, sendo propositais ou não, as erosões são reais e podem ser vistas nas fotos que ilustram essa edição, assim como outras noticiadas recentemente. Uma delas, só para alertar, parece colocar em risco uma passarela de pedestres, ou seja, eventual deslizamento poderá fazer vítimas. O mesmo pode ser dito quanto à situação da área central, já que em caso de queda da estrutura de gabião, a calçada que margeia o rio também seria atingida. O tempo chuvoso aumenta todos os riscos expostos aqui, inclusive o temor de quem denuncia e afirma que, numa próxima tempestade, poderá ser tarde demais. Os problemas são estruturais, graves, difíceis de serem resolvidos nessa época do ano, mas precisam ser monitorados e, se o caso, interditados e sinalizados – apenas uma placa e um cone protegem a cratera na avenida, como pode ser visto na foto de capa, em local de pouca iluminação. Não custa lembrar do rompimento da ponte entre Catanduva e Novais que fez inúmeras vítimas por descuido e falhas de sinalização durante a gestão de Geraldo Vinholi.
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