Casas sempre fechadas
Toda vez que a Secretaria de Saúde divulga o resultado da Avaliação de Densidade Larvária (ADL) surge aquela curiosidade: será que se todas as casas percorridas estivessem abertas o índice final seria muito mais desastroso ou a situação seria amenizada? Isso porque o percentual de visitas realmente efetuadas é sempre baixo. Durante o levantamento realizado no início deste ano, por exemplo, os agentes de endemias passaram por 6.267 imóveis, dos quais apenas 3 mil estavam abertos, ou seja, menos da metade. Os outros 3.267 estavam fechados no momento da inspeção e caso tenham água parada e criadouros do Aedes, continuam representando risco aos moradores e à vizinhança. O problema é que essa realidade, de se deparar com imóveis fechados, não é vivenciada pelos agentes somente para as visitas com fins estatísticos, mas sim em todas as abordagens feitas durante o ano todo. Quando a administração pública reforça a EMCAa e os números crescem, significa que mais casas foram visitadas a cada dia, mas não que aquelas que estariam fechadas deixaram de estar. É uma questão que, em parte, ode ser resolvida com as notificações para agendamento, mas sobretudo com a visitação fora do horário comercial, a fim de encontrar os moradores em casa pós-expediente. Isso já foi feito e poderia ser novamente cogitado caso a prefeitura queira mesmo evitar outra epidemia de dengue que talvez possa ser ainda mais grave do que a vista em 2022, que já foi a terceira pior, em números de casos positivos, na história da cidade. Que a população não vem contribuindo, é um fato, mas a Saúde precisa agir com firmeza. É aquela história: não dá para querer resultado diferente se a gente continua fazendo exatamente a mesma coisa.
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