Casa no Campo

Campo, montanha ou praia. Tanto faz o que você queira, mas é preciso querer de verdade, traçar estratégias e superar desafios para alcançar seu objetivo. Essa é minha mensagem de ano novo, embalada pela voz de Elis Regina e seus tantos quereres de “Casa no Campo”. “Eu quero uma casa no campo; Onde eu possa ficar no tamanho da paz; E tenha somente a certeza; Dos limites do corpo e nada mais. Eu quero uma casa no campo; Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé; Onde eu possa plantar meus amigos; Meus discos e livros e nada mais”. Tais desejos não são nossos. Talvez nem de Elis, mas ela espalha essa vontade e faz com que possamos parar para refletir se tudo isso não seria uma boa ideia. Refletir sobre o que se quer é ótima atitude, sobretudo nesta primeira semana do ano. Tente: o que quero para mim? Um primeiro passo é querer ser uma pessoa melhor, por mais relativo ou subjetivo que isso possa parecer. É importante melhorar em todos os aspectos da vida – pra nós mesmos e para os outros que nos amam e nos cercam. Neste novo ano, também devemos nos perguntar o que queremos para nossa cidade, Estado e país. Mas tão importante quanto querer, é fazer acontecer. Precisamos estar atentos a desmandos, abusos, desrespeitos, excessos e mostrar que estamos de olho, que queremos mudar o lugar em que vivemos e o futuro de nossos filhos. Em meio a tantos quereres, essenciais ou nem tão importantes, lutamos por todos eles e sonhamos em ter o que desejamos – e jamais o oposto, tal como eternizou Caetano Veloso em seus “Quereres”. Quem sabe, assim, não tenhamos um mundo melhor? Quem sabe, assim, não possamos querer muito mais, querer o melhor que a vida possa oferecer, dia após dia? Afinal, temos tantos quereres… Um país mais justo, igualitário, que respeite crianças, idosos, mulheres, pessoas com deficiências e a população LGBT, sem racismo e preconceitos. Um país que preserve sua natureza, que divida suas riquezas, sem pobreza, fome, sede, frio e abandonos. Uma cidade mais humana, honesta, justa, cuidada, com políticos sérios, que se desenvolva com empregos, educação, saúde, esporte, cultura, segurança, acessibilidade e mais qualidade de vida para todos. Um mundo mais verde, que tenha paz, esperança, respeito, honestidade, igualdade e felicidade, sem guerras, fome e sofrimento, e em que todos preservem a família, a fé, a natureza, as variadas culturas, histórias e memórias, riquezas, heróis e sonhos. Uma vida bem vivida, com alegrias e tristezas, festas e calmarias, conquistas e derrotas, e um futuro promissor em vista. É querer demais?
Autor
