Carnaval eleva os riscos
A pesquisa realizada pelo SindHosp – Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo com 92 hospitais privados paulistas apontou crescimento de internações por covid e dengue, após o Carnaval. O levantamento realizado de 29 de fevereiro a 10 de março indica que 82% das unidades tiveram aumento das suspeitas das doenças nos últimos 15 dias. Na consulta anterior, feita exatamente 30 dias antes, de 29 de janeiro a 7 de fevereiro, mostrava apenas o aumento da dengue – percentual que se manteve estável de uma pesquisa para outra. O resultado comparativo não carrega surpresas, quando se leva em conta que o Carnaval facilita apenas a transmissão de doenças contagiosas como a covid, cuja transmissão costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, ou por meio do toque nas mãos ou em objetos e superfícies contaminadas seguido de contato direto com a boca, nariz ou olhos. A pesquisa comprova, portanto, que o vírus continua circulando e que aglomerações podem, sim, acarretar aumento dos indicadores de contágio, de internações e mortes. O cenário é exatamente o mesmo daquele visto nos piores momentos da pandemia: há pessoas que são assintomáticas e, hoje em dia, outras que estão vacinadas e, por isso, não vão manifestar sintomas, mas que podem transmitir a doenças para outros que têm comorbidades ou que não concluíram o esquema vacinal e podem, por causa disso, enfrentar sintomas mais graves. O jovem que pulou Carnaval pode transmitir o vírus para seus pais ou avós que não saíram de casa, por exemplo. Daí a importância da vacinação e das precauções que são repetidas desde o aparecimento do coronavírus e que, se seguidas, podem salvar vidas.
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