CAFÉ MINUTO - 04/11/2022

CHICO ANYSIO – Um dos grandes humoristas do Brasil, criou mais de 200 personagens. Ele foi embora deixando muita saudade aos fãs e uma boa herança. Partiu aos 80 anos, deixando viúva e oito filhos com diferentes mulheres. Seu patrimônio hoje não dá para pagar as dívidas acumuladas nesse tempo. Viúva e filhos travam uma guerra na Justiça, não pela fortuna de Chico, que virou pó. Mas como pagar a enorme dívida que se acumulou em uma década de má gestão do patrimônio por Malgarette, Malga, a viúva. Ela e os filhos repartiriam bens avaliados em 4 milhões de reais. Deu ruim. Estão tendo que administrar uma dívida de 7 milhões, boa parte em impostos atrasados. Desse total 1,4 milhão em IPTU e condomínios não pagos são responsabilidade de Malga que exerceu a função de inventariante por 5 anos lesando os herdeiros. O pior é que a fatura pode ser bem maior. Eles não sabem qual é o montante real que desapareceu do espólio porque não houve prestação de contas por Malga. O caso está na Justiça. Malga alugou 3 lojas e um apartamento, que herdou de Chico sem depositar na conta judicial. Fez empréstimos de 168 mil reais para quitar dívidas médicas e trabalhistas e nunca pagou ninguém. A briga entre Malga e os filhos de Chico é mais feia do que briga de foice e faca no escuro. Hoje o inventário está com um dos filhos de Chico, Bruno Mazzeo, filho de Alcione Mazzeo, que conheci em Santos e estudava no mesmo colégio que eu. Era minha amiga, lindíssima!!! Ninguém conseguiu namorar ela. Modéstia à parte, cheguei perto.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS – Já estão acontecendo. É bom saber que existe possibilidade de extinção humana. Os possíveis resultados catastróficos dessas mudanças, superaquecimento global, estão sendo perigosamente pouco estudados, sem ser levados a sério o suficiente pelos cientistas. Será porque quando isso acontecer nenhum deles estará vivo? E estão se lixando pra isso? Os cientistas argumentam que o mundo precisa começar a se preparar para a possiblidade do “resultado final” do aquecimento global. Quase todos os países assinaram o acordo climático de Paris que visa manter o aumento das temperaturas globais “bem” abaixo de 2º.C neste século e fazer esforços para mantê-lo abaixo de 1,5º.C. Então... Os pesquisadores descobriram que os impactos de um aumento de 3º. C estão sub representados. Usando modelos climáticos nesse cenário, em 2070 2 bilhões de pessoas vivendo em áreas mais frágeis do mundo estariam enfrentando temperaturas médias anuais de 29º.C. Seriam afetados duas potências nucleares e 7 laboratórios de segurança máxima que abrigam os patógenos mais perigosos do mundo. Além disso haveria potencial para efeitos desastrosos em cadeia atingindo inclusive a produção de alimentos. Fique tranquilo. Em 2070 não estaremos mais aqui. Inclusive quase todos nossos filhos e vários de nossos netos.

OS HOMENS – Porque será que os homens raramente ficam deprimidos e são mais felizes? Vai saber agora!! Futebol – o melhor remédio. Rugas – são traços de caráter. Barriga – prosperidade. Cabelos brancos – charme. Sapatos – não lhe macucam os pés. Celular – as conversas duram apenas 30 segundos e olhe lá! Férias – para 10 dias apenas uma mochila. Roupa – se outro aparece na festa com uma igual não há problema nenhum. Festa – se esquecem de convida-lo ainda assim vai continuar amigo. Os bicões são bem vindos. Roupa – sua roupa intima, a cueca, custa 20... 30 reais em pacote com três. Calçados – três pares são suficientes: uma havaiana, um tênis, um sapato, bastam. Camisa – são incapazes de perceber que estão amassadas. Cabelo – seu corte pode ser o mesmo durante anos, aliás até décadas. Shopping – não fazem falta. Amigo – se um deles chama-lo de gordo, careca, magrão... em nada abala a amizade deles. Ao contrário, é prova de grande amizade. Churrasco – precisam de carne, sal grosso, uma faca, uma bermuda pra limpar os dedos e muita cerveja.

FAZ MUITO BEM – Depois de muitas controvérsias, uma série de novos estudos em todo mundo comprova: o café faz bem sim. Claro, não vá tomar um bule por isso. 4 a 5 xícaras diariamente estaria associada a taxas de mortalidade reduzida. A maior evidência veio das Universidades de Southampton e Edimburgo, no Reino Unido. Não é brincadeira, é sério, acompanharam o consumo regular de café de 500 mil pessoas durante 11 anos. O que foi necessário muita gente. Ninguém conseguiu ficar 11 anos vendo pessoas tomarem café várias vezes ao dia. Claro que depois de tanta gente e tanto tempo chegaram a inúmeras conclusões. Calma! Não vou contar todas elas, não há nem espaço. Só uma delas: reduz o risco de doenças hepáticas. Seus efeitos englobam uma combinação de cafeína e polifenóis, que favorecem o processo de proteção. Uma observação: Havard choveu no molhado, recomenda o consumo moderado. Sim! Os estudos dizem 4 a 5 xícaras diárias. Convém lembrar que o excesso de cafeína pode prejudicar o sono, causar arritmia e gastrite e também transformá-lo num café. E nada de tomar açúcar com café. É ao contrário. Muito açúcar não é recomendado. Você pode ficar doce demais. Os benefícios do café entre 3 a 5 xícaras diárias reduz em 65% o risco de demência, 30% o risco de Parkinson, 25% de diabetes, 21% de doença hepática, 20% de depressão, 20% de AVC, 18% do risco de câncer, 11% insuficiência cardíaca. Então... nada de remédio, café! Vamos tomar um?

O ARGENTINO – Brasileiro tomando café da manhã num hotel. Ao lado um argentino mascando chiclé puxa prosa. – Você come pão inteirinho? – Claro! – Na Argentina comemos só o miolo. A casca nós processamos, transformamos em cereal e vendemos para o Brasil. O brasuca quieto. – Você come geleia no pão? – Sim! Nós comemos só fruta fresca. A casca e o bagaço transformamos em geleia e vendemos para o Brasil. O brasileiro injuriado pergunta – E o que vocês fazem com as camisinhas? – Jogamos fora depois de usadas. – Nós processamos, transformamos em chiclé e vendemos para a Argentina.

CINEMA – Sempre comento filmes que eu gosto. Mas hoje vou falar de um filme que não gostei. Morte Morte Morte. São vários jovens numa mansão do pai de um deles para disputar um jogo, um jogo de morte. Se você for o primeiro a morrer várias vezes talvez seus amigos não gostem de você. O problema, porém, é mais sério quando começam aparecer mortes verdadeiras. Então, passa-se o filme todo para saber quem é o assassino. E no final fica-se sem saber quem foi. Uma decepção. O nome desse filme deveria ser Merda Merda Merda. Fujam dele no cinema e em qualquer plataforma que for exibido.

CONFISSÕES DE UM IDOSA E O GORGONZOLA – “Estamos envelhecendo”, Só ouço isto aonde vou. E as amigas repetem como quem diz “estamos apodrecendo”. Não acho que envelhecer é um horror. Deveriam agradecer. Quem não envelhece já foi embora. Fiz uma analogia. O Gorgonzola é um queijo que muitos gostam. É delicioso, de sabor e aroma peculiares. Uma criação italiana. É sofisticado, tem status de iguaria. É caro, podre e chique. Um queijo contaminado por fungos, que fica bom depois que mofa. Tem que estar no ponto certo da deterioração. O que me diz que não é pelo fato de eu estar envelhecendo, apodrecendo, mofando que devo ser desvalorizada. Vou envelhecer até o ponto certo, como o Gorgonzola. Se Deus quiser morrerei com vinho tinto. Já fui uma mulher de paladares variados, hoje de paladares sofisticados. Não sou um queijo Minas Frescal, uma Ricota, ou um queijo Prato. Não é para qualquer um que eu dou bola. Agora tenho status, sou um Gorgonzola. Após esse texto descobriu-se que a velhinha tem uma queijaria que faz Gorgonzola, herança do marido. Fez seu merchandising.

APOSENTADOS – Estudos de Havard concluiu que os aposentados se dedicam a três atividades: Bancos, Bolsa e Investigação. O Banco em shoppings, centros comerciais, parques e jardins, onde passam a maior parte do tempo. A Bolsa de compras do supermercado e a bolsa do lixo descartável. A investigação: onde deixei as chaves??? Onde coloquei a carteira??? Onde larguei os óculos??? De que mesmo estávamos falando??? Eu guardei no armário, onde é que está???

FRASES CONHECIDAS – Quem foi criança já ouviu, quem é criança ouve, e quem será criança vai ouvir. “Lá em casa a gente conversa. Repete o que você disse. Eu só vou falar uma vez. Não tô pedindo, tô mandando. Não tem mais e nem menos. Já falei que é não e ponto final. Não fez mais que a obrigação. Então se todo mundo pular da ponte você pula também? Quantas vezes vou ter que falar? Não quero ouvir nem mais um pio. Se você não guardar suas tranqueiras eu jogo tudo no lixo. Na volta a gente compra. Não fala assim comigo que eu não sou suas amiguinhas. Você não é todo mundo. Você quer me deixar louca? Só pode! Quantas vezes vou ter que falar? Se eu for aí e achar esfrego na sua cara”. Me deu saudade desse tempo, de minha mãe. Acho que ela me disse todas essas frases. E algumas outras que não foram anotadas.

Autor

Flávio de Senzi Jr
É publicitário e colunista do Jornal O Regional. E-mail: flaviosenzi@uol.com.br