Café Minuto - 20.10.23

LEMBRANÇAS – Vamos entrar na máquina do tempo e voltar para o ano de 1962. Muitos que me leem, nem estavam em projeto de nascimento ainda. Então fiquem sabendo de algumas coisas que aconteceram. Bob Dylan, que vocês já devem ter ouvido falar cantou pela primeira vez a clássica “Blowin in The Wind”, um hino de protesto. “Primavera Silenciosa”, reportagem da americana Rachel Carson denunciando o uso de pesticidas, na lavoura. Foi o embrião dos ambientalistas. “Love Me Do” dos Beatles foi lançada nesse ano. Crise dos misseis em Cuba, quando por pouco EUA e a antiga União Soviética (hoje Rússia) não se envolveram numa guerra nuclear. A Bossa Nova se apresentou no Carnegie Hall de New York – sucesso total. O Papa João XXIII iniciou a reforma da igreja no Concílio Vaticano II. Anthony Burgges escreveu Laranja Mecânica que Stanley Kubrick transformou em filme em 1972. John Glenn, astronauta americano deu uma volta na Terra igualando o feito do astronauta soviético Yuri Gagarin. Pois é, fui testemunha desses acontecimentos.

CALOR – Anda tão forte que alguns hábitos estão mudando. Por exemplo o churrasquinho do fim de semana. Nem é preciso mais ascender o fogo na churrasqueira, basta deixa-la ao sol, colocar os espetos e rapidinho a carne está no ponto. Para ferver a água, é só deixar a vasilha ao sol. E enquanto aqui estamos torrando, no hemisfério norte anda fazendo um frio de lascar. Segundo o IPPC, organismo da ONU, encarregado de estudar mudanças climáticas, há 95% de certeza de que a causa dessas mudanças é devido ao aquecimento global provocado pelo homem. Já para os cientistas céticos o aquecimento é cíclico, acontece de tempos em tempos causado por diversos fenômenos naturais, como a intensificação da atividade solar, que afetam o clima. A verdade, porém, seja qual for o motivo, é uma só: o clima no planeta está mudando. E as consequências no futuro poderão ser trágicas. E eu não verei essas tragédias. Mas... meus filhos e netos sim.

VIAGEM – Lidimunda viajava com o marido, Teodoneido, de carro. Depois de uma parada pede pra ela dirigir. Então diz – Quero o divórcio, Lidi. Estou de caso com sua melhor amiga. Resolvi largar tudo e ficar com ela. Lidimunda fica pasma e muda, mas começa acelerar o carro. Teodoneido continua – vou ficar com ela e cancelar seus cartões de crédito. E nada de pedir pensão. Você é professora e se quiser dê aulas particulares para aumentar a renda. Lidi continua calada e acelerando o carro. – Fico com a casa de praia e a nossa casa. Você pode morar com sua mãe. Nem pense em dividir o dinheiro de investimentos e o carro novo que te dei, quero de volta. E Lidimunda continua acelerando cada vez mais. Como ela continuava muda, ele pergunta irônico – E você não vai dizer nada? Sim, só do meu lado tem air bag. E bum! Jogou o carro contra uma árvore.

FÉRIAS – janeiro tá chegando. Já é tempo pra pensar numa linda e boa praia. Espelho, no sul da Bahia é uma bela praia. Fica a 110 kms de Porto Seguro, que hoje já não é tão seguro assim. Mas está longe do agito. Não é praia para qualquer um. Você vai encontrar poucas pessoas lá. Possui um imenso gramado com palmeiras que se estende até a areia, com esteiras, almofadões, espreguiçadeiras, como se fosse um lounge. Perfeito para curtir a vida saboreando uma caipirinha exótica ou uma cervejinha cretinamente gelada. O mar é de um azul fulgurante e suas pousadas dispõem de pequenos luxos e mordomias. Mas nem tudo é perfeito, o único acesso é por uma estradinha de terra. Porém vale a pena, ao chegar você estará no paraíso.

A BEBIDA – uma mulher nua entra no bar do mineirim e pede um whisky. Ele serve e em seguida se debruça no balcão para ver melhor seu corpo. A mulher bebe vagarosamente e ao término pede mais um. O mineirim serve novamente e torna a se debruçar sobre o balcão, olhando com mais atenção. A mulher se irrita e pergunta – Porque olha tanto? Nunca viu uma mulher pelada? Ele diz educadamente – Bão... É craro que já vi, uai! Eu vô fala prucê... É bão dimais sô! Mai num é pra isso quieu tô oiano, não. Tô querendo sabe dondi ocê vai tira o dinheiro pra paga a bebida.

ROSA – O outubro rosa, a campanha de prevenção de câncer de mama tem dado bons resultados. Nesse mês aumenta a procura pela mamografia e os cuidados que as mulheres tomam. O homem não tem esse problema (há casos, mas raros) mas tem outro exclusivo, o câncer de próstata, que também necessita de prevenção e cuidados. Bem que as autoridades de saúde poderiam fazer campanha de prevenção do câncer de próstata chamando a atenção dos homens, o novembro marrom. Por que não?

CINEMA NO SOFÁ – Um grande filme que não chegou às telas de nossos cinemas, o que não é novidade. Gravidade foi aplaudido de pé pela crítica e foi apontado como um forte candidato ao Oscar. Infelizmente não levou nada. Mas levou uma enorme bilheteria. Com George Clooney e Sandra Bullok como dois astronautas. Eles consertam um ônibus espacial pelo lado externo, quando um aviso da Nasa alerta sobre os perigos dos destroços de um satélite que vem na direção deles. Sem tempo de encontrar abrigo, a dupla é atingida, perde o contato com a Terra e flutuam no espaço. Com poucos diálogos e cenas espetaculares, é cinema em sua melhor forma, como pouco se vê em outros filmes. O espectador sente medo dos protagonistas. Era bom para ver no telão do cinema, de preferência em 3D. Mas quem não tem cão e nem gato... Arruma um inseto qualquer. Disponível na Netflix, Amazon e outra mais. Ah! Ainda tem por aí em DVD. É um bom programa de sofá. Eu garanto!

BAR BOM – Vá conhecer o Meatball House, em S. Paulo, inspirado (quando se diz que é inspirado, leia-se copiado) nos bares almôndegas americanas. Há 5 tipos de almôndegas, a preço único 45 reais. Para beber há uma infinidade de drinks. Um deles, o bio tônico, leva gin, tônica aromatizada, bitter de chocolate, laranja e folhas de louro, por 35 reais. O bar fica no Itaim Bibi, R. Jesuino Cardoso, 190. Foi a primeira casa do gênero em S. Paulo e bombou.

CONTRIBUIÇÃO – O diretor de uma instituição beneficente foi falar com um advogado para pedir uma contribuição. – Dr. nossos registros indicam que o senhor é um dos homens mais ricos da cidade, mas nunca fez doação a nós. Por isto estou aqui para lhe pedir essa contribuição. O advogado faz uma pausa e fala – por acaso seus registros mostram que minha mãe é doente e suas despesas médicas são superiores a sua aposentadoria? Ou que meu irmão é deficiente e não pode trabalhar? Que meu cunhado morreu num acidente e deixou minha irmã sem nenhum tostão, com 4 filhos para criar? O diretor sem graça fica mudo. O advogado já alterado continua – sabem que meu pai é diabético, cardiopata e vive numa cadeira de rodas? Que meu irmão caçula foi roubado pelo sócio e foi a falência? – Não Dr. Desculpe, eu não sabia nada disso, diz o diretor constrangido. – Pois então... Eu não dou nenhum tostão a eles, porque iria dar para vocês?!?!

Autor

Flávio de Senzi Jr
É publicitário e colunista do Jornal O Regional. E-mail: flaviosenzi@uol.com.br