Café Minuto - 20/05/2022

AMAZÔNIA Continuam tocando fogo na Amazônia e o desmatamento só aumenta. De agosto de 2019 a julho de 2020 cresceu 9,5% comparado com período 2018/2019. Desmataram 11.088 km2 de floresta. Só não foi maior porque o exército estava presente. Esses números divulgados são os primeiros dentro da atual gestão do governo. Números por sinal aumentados devido a desativação de órgãos de proteção da Amazônia e de um ministro do Meio Ambiente capenga que não toma medidas enérgicas. Essa área desmatada é a maior da última década, segundos dados do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite. A divulgação desses números gigantes teve a presença do vice Mourão, chefe do Conselho da Amazônia e do Inpe. E cadê o Ministro do Meio Ambiente? Não estava presente. Como não comparece num evento importante de sua pasta? Mourão fez um duro discurso sobre o desmatamento, soltou o verbo, bem diferente dos discursos açucarados feito por integrantes do governo. Disse que não estavam lá para comemorar e também que apesar desse crescimento, foi menor do que se esperava. E que o combate ao desmatamento ilegal começou tarde em 2020. O Pará é o campeão, com 46,8% responsável pela fogueira. Mato Grosso é vice, mas longe do Pará, com 15,9% e o Amazonas com 13,77%. Os europeus têm razão quando reclamam. Talvez cometam excessos, talvez tenham interesse e outras coisas mais, mas estão certos. 

CULTURA Vou publicar aqui um trecho muito interessante, escrito pelos dois maiores incentivadores da cultura em Catanduva Drika Vieira e Carlinhos Rodrigues. Sou fã deles e admiro o trabalho deles. Não tem igual. Eles dizem que o alimento que satisfaz o corpo não alimenta nosso vazio interior. A insatisfação é notória e geral. Há uma lacuna que fere e persiste. É a cultura que preenche esse vazio fornecendo conteúdo, nutrientes importantes para a saúde integral da mente e do corpo. Já está comprovado que a vivência cultural e que a Arte em nossas vidas fortalece inclusive a saúde física. O prazer proporciona bem estar, nossas endorfinas são potencializadas trazendo-nos alegria de viver. Por isso a Arte cura! Por outro lado, há necessidade do artista e todos os produtores culturais também se preocuparem com o alimento que oferecem ao público em seus menus – nesse caso, Drika e Carlinhos, produtores também proporcionam o melhor dos alimentos – As opções são muitas, de todos os estilos e sabores, e isso é muito bom. Há ofertas para todos os gostos.  Entretanto, se refletirmos com clareza e lucidez, continuamos questionando quais alimentos nos faltam nesse processo. O que o público busca? É preciso ressaltar que muitas vezes o alimento precisa ser temperado com profundidade e poesia.O final do texto foi um achado. Não poderia ser melhor. É um resumo do que escreveram. Eles terminam com a letra de uma canção dos Titãs. A gente não quer só comida. A gente quer comida, diversão e arte. A gente não quer só comida. A gente quer saída para qualquer parte.”  Parabéns Drika e Carlinhos. Vocês são ótimos!!!     

CORINTHIANOS Quando Bin Laden estava vivo gostava de tomar uma num bar perdido nas montanhas do Afeganistão. Todos sabiam que ele estava sempre lá, menos a CIA, que demorou para descobrir. Um dia Bin tomava um trago com um amigo quando chegou um repórter da Globo para entrevistá-lo. Ele pergunta qual é o próximo atentado. O amigo diz que será em seu país, o Brasil. Surpreso pergunta – mas porque um palmeirense? Bin Laden então fala para o amigo – Tá vendo! Não falei que ninguém ia se importar com 1 milhão de corinthianos! ÍNDIO – Super aculturado o índio vai ao juiz para mudar seu nome. – Qual é o seu nome? pergunta o juiz. – Grande Nuvem Branca Que Leva Mensagem. – Qual nome o senhor quer ser chamado? – E-Mail. 

INOVAÇÕES – A pandemia deixou os hotéis de luxo vazios e eles tiveram que inovar para atrair hóspedes. Ofereceram promoções, pacotes especiais para casais e famílias corajosas que se aventuraram a sair de casa. O foco dos hotéis era vender um alívio para o stress da pandemia e do isolamento, com conforto, segurança e atrações com medidas extras de higiene e distanciamento. Os hotéis apresentaram atrações do arco da velha. Na França, a Anthénea, uma cápsula de 52 metros quadrados que flutua na água, com uma suíte de hotel 5 estrelas. Ela usa energia solar. Em cima há um deck com vista de 360 graus. O piso é de vidro para ver o fundo do mar. O preço é salgado como água que ela flutua, 2 mil reais a diária. A Anthénea também está à venda por 3 milhões de reais. Na Finlândia, o Kakslauttanem Arctic Resort (não é palavrão é o nome do hotel) tem um iglu revestido de vidro em meio ao gelo de onde se avista o espetáculo da aurora boreal. Conrad Rangali Island, nas Ilhas Maldivas, um lugar paradisíaco que deveria se chamar Ilhas Bendivas, tem suítes a 5 metros de profundidade, no Oceano Índico, com paredes de vidro com vista para o fundo do Oceano. O hóspede conta ainda com barco privado e chef exclusivo. Na Costa Rica, o Hotel Costa Pobre, ops! Costa Verde, oferece uma suíte enorme dentro de um Boeing 727, a 17 metros do solo por módicos 1.500 reais a diária. Escolha sua aventura, boa viagem e curta. Ah! Não esqueça de me enviar um cartão postal. 

UTOPIA – Que me diz de uma série exibida na TV da Inglaterra, em 2013, com uma história de um gibi, encontrado por um jovem, de um vírus mortal nos EUA. Regiões do país entram em quarentena e forçam os médicos a usar roupas de proteção. A produção da vacina contra o vírus gera desconfiança e polêmica. O vírus seria uma invenção de laboratório criado para instalar o caos. A vacina seria uma arma biológica para controlar as pessoas. Lembra alguma coisa hoje? Quando foi exibida não provocou nenhuma polêmica. A Amazon, produziu uma versão americana dessa série. O gibi Utopia com essa história é disputado por fãs nerds e por um bilionário por conter mensagens subliminares sobre o mundo real (e atual). A procura por esse gibi está nos oito episódios da série. A conspiração prova que o vírus foi criado artificialmente. História antecipando a realidade. Disponível na Amazon.       

PAÍS DO FUTURO Quando entrei na escola a professora disse: “o Brasil é o país do futuro”. E ouvi muitas outras vezes. Faltou dizer quando seria esse futuro: daqui a 100, 200 anos...? Esperamos esse futuro que não chega. Se chegar invalida a frase. É a definição do Brasil, “o país do futuro”, o nosso estigma. É por isso que existe mil trambolhos para impedir que esse futuro chegue. Propinas, burocracia infernal, leis complicadas, mordomias mil nos três poderes, descalabros no setor público. Por exemplo, um vereador de S. Paulo ganha 18.990 reais, tem direito a 18 funcionários sem concurso ganhando entre 3 e 18 mil reais. Pode gastar até 37 mil reais mensais em pequenas despesas: papelaria, correios, telefonia, transporte, combustível e outros etc. Com esse salário e mordomias devem apresentar e aprovar projetos de interesse da população e da cidade. Engano! De cada 10 projetos aprovados na Câmara, 8 são totalmente irrelevantes. Os projetos “importantes” mais votados: criação de datas comemorativas, nomes de ruas e equipamentos, medalhas, títulos e honrarias. Aí está a prova de que a frase “país do futuro” é uma definição e não uma esperança.  

Autor

Flávio de Senzi Jr
É publicitário e colunista do Jornal O Regional. E-mail: flaviosenzi@uol.com.br