Café Minuto - 10.02.23

PARTIDOS – E alguns quebrados. O Brasil tem 32 partidos políticos. Talvez seja o país com o maior número de partidos. Existe algumas aberrações como o PRÓS – Partido Republicano da Ordem Social – que se diz “prós governo. SOLIDARIEDADE, que é solidário aos oposicionistas do governo. Se algum candidato do partido for eleito terá sua solidariedade. Tem a REDE, que passa a rede nos deputados para ficarem presos a sua rede. Quantidade nunca foi sinônimo de qualidade. O que diferencia uns dos outros é que alguns são ruins, outros muito ruins, outros péssimos e outros ainda os piores. Em comum, todos mamam nas tetas do fundo partidário cuja grana vem de nossos bolsos. Esse fundo partidário terá esse ano 4,9 bilhões para ser distribuído entre as tranqueiras de partidos proporcionais ao número de parlamentares no Congresso. Com tanta grana os partidos “compram” parlamentares para fazer parte de suas legendas de aluguel. É uma esculhambação!! 90% dos partidos vendem tempo na TV e os outros 10% compram. Depois “vendem” apoio ao governo em troca de cargos. E faz-se um loteamento entre os partidecos da base governista. Aí está porque entra governo sai governo e o país continua uma m...

BANDA U2 – fazia um show em Lisboa. Estádio lotado, a certa altura Bono pediu silêncio ao público e começa a bater palmas, no ritmo da música que os colegas tocavam. Enquanto ele batia palmas o som foi diminuindo... Até eles pararem de tocar. Só as palmas ritmadas de Bono ecoavam pelo estádio. Olhando para as pessoas, todas quietas, falou ao microfone muito sério: “Eu quero que vocês pensem nisso... a cada batida de minhas mãos, uma criança morre na África!” Então uma voz vinda da arquibancada grita: “Ora pois, então pare de bater palmas, ô gajo”!

PARATY – A primeira vez que fui a Paraty, num trecho de morro da estrada, onde o mar fica embaixo, deparei um lugar maravilhoso e parei o carro para ver esse espetáculo da natureza. Parecia uma baia – depois me contaram que é um fiorde, o único do Brasil – de águas esmeraldas, cercada pelo morro coberto de vegetação da Mata Atlântica. Suas águas que minha prima – mora há anos em Paraty – me contou que o lugar chama-se Saco de Mamanguá – eta nome brabo – e só se chega de barco ou helicóptero. O local possui uma casa espetacular onde filmaram algumas cenas do quarto filme da saga Crepúsculo, lembram-se? Essa casa pode ser alugada por 7 mil reais a diária. Pechincha, né?! Os menos abonados podem se hospedar num na Pousada Mamanguá Eco Lodge, com diárias de apenas 770 reais por pessoa, com café da manhã e jantar. Essa pousada é para os que chegam lá de barco a remo. Bem, no almoço, alugue um barco e aproveite para ir a Paraty. É programa para poucos, mesmo que chega lá de barco a remo. Mais exclusividade impossível. De minha parte, Guarujá, com muvuca e tudo, está de bom tamanho.

CHICO – Assim como Caetano, Gil, Milton... Chico Buarque chega aos 80 anos. Os ídolos envelhecendo... E eu junto com eles. Embora discorde de suas posições políticas, isto não pode ser misturado com o artista compositor, do qual sou fã desde quando ouvi Pedro Pedreiro pela primeira vez, em 1965. Depois disso continuou esquerdista e continua até hoje. E seu talento e arte insuperável. Artista múltiplo é sem dúvida na música que mais se destaca e também onde é mais conhecido; já está no panteão dos grandes da nossa música. Difícil quem é da geração de Chico não ter algum disco dele, mas vamos falar de alguns marcantes. “Chico Buarque de Hollanda”, 1966, o primeiro álbum dele com A Banda e Pedro Pedreiro. “Construção”, 1971, dispensa comentários. “Chico Canta”, 1973, canções da peça Calabar, escrita com Ruy Guerra, algumas mutiladas pela censura, como Fado Tropical, Ana de Amsterdan e Barbara. “Meus Caros Amigos”, 1976, a canção Meu Caro Amigo é uma mensagem a Augusto Boal (teatrólogo), exilado em Portugal que se queixava que os amigos não mandavam notícias do Brasil. “Chico Buarque”, 1978, algumas canções liberadas pela censura na época, como Cálice e Apesar de Você. Paratodos, 1993, a canção “Foto da Capa” conta o episódio de quando ele foi preso em SP pelo roubo de um carro. O álbum mostra a relação de Chico com o tempo e arte. “Chico”, 2011, considerado um dos melhores. Seus dois últimos são Essa Gente,2019 e Anos de Chumbo de 2021. E prepara-se para gravar um álbum com canções inéditas. Pois é Chico! Vida longa! (a nós dois). Continue a nos brindar com seu talento.

JAZZ – É para aquela meia dúzia de 10 pessoas que adoram jazz. E eu me incluo nesses 10. Vou falar de um jazzista atual – Wayne Shorter, considerado o melhor saxofonista do mundo e um inovador do jazz. Tive o privilégio de ver seu show, em S. Paulo. Chamar sua apresentação de Show é pouco. Ele tem um disco, dizem que é o melhor deles, Withou a Net, gravado ao vivo com seu quarteto, numa turnê europeia. Com mais de 80 anos, ele continua com o gás todo, como pode ser conferido nesse disco. Seu DNA musical tem traços de Milles Davis, outro gênio. Integrou o soberbo quinteto de Milles.

CINEMA – Com dois filmes. “No Limite do Amanhã”, uma ficção científica pop, estrelada por Tom Cruise. É preciso deixar a coerência de lado para embarcar na aventura. Tom é um oficial americano que vai a Londres se encontrar com um general. O Mundo foi tomado por alienígenas e Cruise tem um plano para expulsa-los. Porém, ele é acusado de desertor e tem de enfrentar os alienígenas. Tom vai morrer e reviver algumas vezes e durante as batalhas encontra uma brava oficial que o ajuda a encontrar a solução do enigma. “Tabú” – Uma rara produção de Portugal, Brasil, Alemanha e França. Aurora, já velha – mas continua sincera – está papeando com a vizinha falando do passado. Ela lembra quando era jovem e vivia com o marido na África e se envolveu com um aventureiro. Triangulo amoroso à vista. Os dois disponíveis na Netflix. Dois filmes, dois sacos de pipoca.

GRÃOS – Depois que descobriram a quinoa, amaranto e a chia, o grão da moda agora é o freekeh. Descobertas tardias. Todos esses grãos são usados a séculos por civilizações antigas. Quando chefs moderninhos começaram a utiliza-los em seus pratos, em seguida alguma celebridade passou a consumir, diz que é ótimo e para completar nutricionistas atestam seu valor nutricional. Pronto! O grão vira moda e todos querem usar. Esse é o enredo do freekeh, ou friki, utilizado por povos árabes há mais de 4 mil anos. Grande novidade, hein?! E que raio de grão é esse? É a semente de trigo colhida antes de amadurecer, seca ao sol e chamuscada para tirar a palha. Por isso é também conhecido como trigo verde. É usado como guarnição e tem baixo índice glicêmico, bom para diabéticos e para quem quer fazer dieta para perder uns quilos. Vai de freekeh? A venda nas boas casas do ramo.

CLASSIFICADOS – Perdeu-se uma esperança nunca realizada. Gratifica-se quem a encontrar, desde que fique com ela. Mais informações no CEPE – Centro de Esperanças Perdidas e Encontradas. Av. Nova Esperança s/n e s/esperança – Jd. Das Esperanças Esperadas – Nova Esperanças – CE.

Autor

Flávio de Senzi Jr
É publicitário e colunista do Jornal O Regional. E-mail: flaviosenzi@uol.com.br