CAFÉ MINUTO - 08.12.23

MARACANÃ – E a bola rolou no Maracanã na Copa de 50, disputada no Brasil! Foi mal a falha da segurança no Maracanã, construído especialmente para a nossa Copa. Já pensou se fosse hoje? A encrenca se fosse um grupo de terroristas? Na Copa de 1950 não havia a paranoia de segurança, o mundo era mais tranquilo. Terroristas, extremistas, fanáticos, bandidagem... Nada disso havia. Na final contra o Uruguai, um recorde de público em competições esportivas até hoje, 199.954 pessoas viram no Maracanã o Brasil perder e nem se falava em segurança. Um empate era suficiente para sermos campeões e ganhávamos de 1X0. E o Uruguai virou o jogo, ganhou de 2x1 e foi campeão. De lá para cá o Maraca teve várias reformas, mas o estádio não encolheu. Como hoje cabem pouco mais de 66.000 pessoas? Naquele jogo, havia andaimes de madeira dentro e fora do Maraca, que não estava acabado, e as pessoas espremidas sentadas no concreto, em pé em todos os cantos do estádio, penduradas nos andaimes... Hoje, todos sentados em cadeiras, corredores para acesso aos setores, ninguém em pé, rotas de fuga e sem andaimes. Deus deu uma ajudinha naquele jogo, com tanta gente em condições precárias nada aconteceu, em troca não fomos campeões.

A BANDA U2 – Fazia um show em Lisboa. Estádio lotado, a certa altura Bono pediu silêncio ao público e começa a bater palmas, no ritmo da música que os colegas tocavam. Enquanto ele batia palmas o som foi diminuindo... Até eles pararem de tocar. Só as palmas ritmadas de Bono ecoavam pelo estádio. Olhando para as pessoas, todas quietas, falou ao microfone muito sério: “Eu quero que vocês pensem nisso... a cada batida de minhas mãos, uma criança morre na África!” Então uma voz vinda da arquibancada grita: “Ora pois, então pare de bater palmas, ô gajo”!

CHICO – Assim como Caetano, Gil, Milton... E outros mais... Chico Buarque passou dos 80 anos. Meus ídolos envelheceram... E eu junto com eles. Embora discorde de suas posições políticas, sou fã de Chico desde quando ouvi Pedro Pedreiro pela primeira vez, em 1965, mas isso não deve ser misturado com talento e arte. Artista múltiplo é sem dúvida na música que mais se destaca e também onde é mais conhecido; já está no panteão dos grandes da nossa música. Difícil quem é da geração de Chico não ter algum disco dele, mas vamos falar de alguns marcantes. “Chico Buarque de Hollanda”, 1966, o primeiro álbum dele com A Banda e Pedro Pedreiro. “Construção”, 1971, dispensa comentários. “Chico Canta”, 1973, canções da peça Calabar, escrita com Ruy Guerra, algumas mutiladas pela censura, como Fado Tropical, Ana de Amsterdan e Barbara. “Meus Caros Amigos”, 1976, a canção Meu Caro Amigo é uma mensagem a Augusto Boal (teatrólogo), exilado em Portugal que se queixava que os amigos não mandavam notícias do Brasil. “Chico Buarque”, 1978, algumas canções liberadas pela censura na época, como Cálice e Apesar de Você. Paratodos, 1993, a canção “Foto da Capa” conta o episódio de quando ele foi preso em SP pelo roubo de um carro. O álbum mostra a relação de Chico com o tempo e a arte. “Chico”, 2011, é o melhor dos últimos anos. Pois é, Chico! Vida longa! (a nós dois). Continue a nos brindar com seu talento.

MONOMOTOR – Um aviador leva sua mulher para um passeio em um pequeno monomotor. De repente, em pleno voo, ele tem um mal súbito e fica inconsciente. Ela desesperada começa a gritar “socorro, me ajudem, meu marido sentiu mal e desmaiou. Eu não sei pilotar!” Ela então ouve uma voz no rádio: “este é o controle de tráfego aéreo. A senhora mantenha a calma que vamos trazer o avião de volta ao aeroporto. Para isso basta a senhora seguir nossas instruções. Tudo vai ficar bem. Agora, por favor me de sua altura e sua posição”. “Eu tenho um metro e setenta e três e estou sentada no banco da frente ao lado de meu marido”. “Ok, loira”, diz a voz no rádio, “agora repita bem devagar comigo: Pai Nosso que estais no céu...”

AMIGOS – Estava num bar tomando chope com amigos, um dos meus programas favoritos. Na mesa de um bar, depois de vários chopes e muita conversa, resolvem-se todos os problemas pessoais e do mundo. Estávamos próximos das eleições e a conversa não poderia ser outra. Falávamos dos três presidenciáveis com chances de vitória. Todos foram unanimes em concordar que Bundoldo era carta fora do baralho. Mas, olha só, todos iam votar nele no primeiro turno. Porém, se era carta descartável porque votar nele? Ninguém tinha resposta. O negócio era o segundo turno, todos tinham dúvida, cada um tinha sua opinião, mas concordavam num ponto. Era uma escolha difícil entre o ruim e o pior. Nadeganelo eleito, algumas coisas poderiam mudar desde que continuassem como estão. Máriacoxa é difícil prever, é um mistério, ninguém arrisca o que pode acontecer se ela for eleita. As conjecturas são enormes. Concluíram o seguinte, não concluíram nada. A não ser ficar com a tragédia do conhecido ou optar pela incógnita do desconhecido.

EM BREVE – Às vezes a gente vai ao cinema e vê um trailer de um filme que desperta interesse. Ao sair, está lá o poster: “breve”. Aí esperamos e nada! Lembro de um filme, antigo, que eu queria tanto ver “No Limite do Amanhã”, uma ficção científica pop, estrelada por Tom Cruise. Esse tal de breve me fez perder o filme e nunca mais foi exibido em nenhum lugar. Até nas lojas de aluguel de DVD não tinha. Bem, em conversa com um amigo ligado em cinema, comentei com ele sobre esse filme e ele tinha o DVD. Que festa! Assisti várias vezes. Tom é um oficial americano que vai a Londres se encontrar com um general. O Mundo foi tomado por alienígenas e Cruise tem um plano para expulsa-los. Porém, ele é acusado de desertor e tem de enfrentar os alienígenas. Tom vai morrer e reviver algumas vezes e durante as batalhas encontra uma brava oficial que o ajuda a encontrar a solução do enigma. Com uma esperta montagem de tirar o fôlego é daqueles de grudar os olhos na tela e se esquecer de comer a pipoca. Se encontrar esse filme nos Netflex da vida não perca. Não esqueça da pipoca!

A SENHORA – Uma família almoçava num restaurante e o filho deles não parava quieto – já viu criança ficar sossegada? – O pai dá três moedinhas a ele para se entreter. De repente o garoto começa a engasgar, tossir, e fica roxo. O pai dá-lhe uns tapas nas costas e o garoto cospe duas moedas. Mas ele continua engasgado com a outra moeda que não saiu. Pai desesperado pede ajuda. Uma senhora, muito elegante, sentada próxima olhou para ver o que acontecia. Calmamente, ela se levanta e sem pressa dirige-se para onde estava o menino engasgado. Ela se aproxima da criança cuidadosamente, desce suas calças, segura seus testículos e começa a massageá-los devagar e depois com mais força. E o menino cospe a última moeda presa em sua garganta. Ele aos poucos volta ao normal e o pai comovido se dirige a mulher. “Eu nunca vi isso! Como a senhora conseguiu que ele cuspisse a moeda? A senhora é médica?” “Não, eu trabalho na Receita Federal.

Autor

Flávio de Senzi Jr
É publicitário e colunista do Jornal O Regional. E-mail: flaviosenzi@uol.com.br