GRAFITE – Faz um tempão que se estuda a derrubada do Minhocão, em S. Paulo. Mas ele continua firme e forte. Ele vem servindo de “tela” para belos grafites nas paredes dos prédios próximos dando um colorido bonito aonde é só concreto. Grafiteiro famoso, Cobra, tem uma obra em um dos prédios. Agora mais seis prédios vão ganhar grafites da Mostra Brasileires dos artistas Kleber Pagú e Fernanda Bueno. Eles convidaram artistas que admiram, como Laerte e Carlinhos Brown. Ótima iniciativa para deixar um cenário melancólico em algo com vida e beleza.   

ESCOLA CHINESA – A Escola Chinesa Internacional foi instalada no Rio em 2021. Os profetas do apocalipse caíram de pau. “Eles vão tomar conta do Brasil”. Balela! Foi financiada por empresários chineses no Brasil e apoio do governo chinês. A educação é a básica chinesa em trilingue: mandarim, português e inglês. Investiram R$ 3 milhões em tecnologia, tablets para os alunos, quadros negros digitais e um robô, conversa em mandarim com os alunos. Uma escola em S. Paulo será aberta também. O Brasil tem 300 mil chinas e dezenas de empresas chinesas no Brasil. A educação é integral, ensino em mandarim e acesso a universidades chinesas, americanas e europeias. Com nosso currículo pode-se ingressar na USP. O currículo será chinês, mais avançado que o nosso. O que os alunos chineses aprendem no 2º ano aqui é ensinado no 5º ano. Haverá aulas de cultura e tradição chinesa, incluindo Confúcio, e da cultura brasileira. A China lidera o ranking mundial de educação, o Pisa. São 50 alunos matriculados. 60% brasileiros, 30% chineses e 10% de outras nacionalidades. Os alunos passam de 8 a 10 horas na escola. Mensalidade: entre R$ 4 mil e R$ 8 mil. É para poucos bolsos.  

NEGÓCIOS – O Banco Mundial mostrou os Estados onde é melhor e mais fácil abrir uma empresa e mantê-la. S. Paulo, claro, Minas e... Roraima!!! Segura o queixo. Quem diria?!! É a primeira vez que uma instituição internacional divulga dados para negócios nos 26 Estados e Distrito Federal.  Antes, só S. Paulo e Rio. Fuja desses Estados: Pernambuco, surpresa, Espírito Santo e Amapá. Não dá negócio. O pomposo documento Business Subnacional Brasil mostra 5 indicadores para abrir empresas nos Estados. 1. Tempo e procedimentos. 2. Custos para obter alvará para construir. 3. Registro de propriedade e procedimentos para adquirir um ponto comercial e transferir para seu nome. 4. Pagamento de impostos e contribuições obrigatórias. 5. Execução de contratos para resolver litigio comercial num tribunal local. Abrir empresa no Brasil é pra leão. Tá pensando em abrir seu negócio? Não demora muito uns 5 anos com sorte.   

HISTORINHAS – Gilbordélio fez uma cirurgia de coração. Após um mês Dr. Alacreido faz uma avaliação para lhe dar alta. – Você está ótimo! Já pode levar uma vida normal. – Doutor, posso transar então? – Sim, mas só com sua mulher. Não quero que você se emocione. #### Mariveida morava em Tranqueira City e foi passear na casa da tia, em S. Paulo. Quando voltou começou a sentir umas dores estranhas. Foi ao único médico do lugar, Dr, Estrombólio. Este, depois de examiná-la dos pés a cabeça diz que ela pode estar com mal de Chagas. – Mas como Doutor? Onde peguei isso? Você deve ter sido chupada por um barbeiro. – Desgraçado! Ele me disse que era engenheiro.  

RUAS LEGAIS – Esse mundo tem coisas bizarras. E muitas vezes são de países do topo internacional. Veja essa! A Time Out, revista inglesa, publica atrações e curiosidades “inúteis” em cidades do mundo. Uma delas publicou uma lista com as ruas mais bacanas do mundo. Caraca! Tem tanta coisa mais interessante no mundo. O Brasil entrou nessa. Descobriram uma rua em S. Paulo, que ficou em 7º lugar, a Rua Três Rios, no Bom Retiro. Conheço essa rua, trabalhei próximo a ela. É uma rua comum, igual a tantas outras dos bairros de SP. Poderia ser qualquer outra do Bom Retiro, todas iguais com muitas lojas de roupas. Não tem nada de especial. Então, a Time Out considerou o centro de S. Paulo, onde a Três Rios está localizada, com sua identidade diversificada e em constante evolução. Citou várias gerações de imigrantes que invadiram a Três Rios, coreanos, bolivianos, gregos, italianos... Como ponto cultural e artístico a Pinacoteca, Casa do Povo e lojas de tecidos. Loja tem cultura e arte? A culinária, com comidas brasileiras e outras nacionalidades que moram no bairro, como o Restaurante Acrópole, comida grega, e o Hwang, coreana. Café gelado, doces e bolos, da Padaria Bellapan. A escolha é feita pela indicação de 27 mil residentes do mundo. O que eles conhecem para escolher essa rua? E análise dos editores, baseado em que?  É “robada”. Tem ruas em S. Paulo muito melhores. Faz tempo que não vou na Três Rios. Hoje deve ter Dois. 

DE MENTIRINHA – Para os vegetarianos. Hamburguer vegetariano. Receita: água, proteína de ervilha, óleo de coco, óleo de girassol, fibra de bambu, cacau em pó, proteína de arroz, sal, e pós de suco de beterraba, chia desengordurada, espinafre, ferro e zinco, vitamina B12, B9, estabilizante e aromas naturais. Na degustação se saiu bem recebendo notas acima da média em todos os quesitos, mesmo assim ficou em 2º lugar. Ressalvas e elogios: aroma, para alguns pareceu artificial (e é mesmo), “mas mesmo assim, bom”. Suculência, com direito a “sangue” de suco de beterraba, e textura foram pontos altos. “Dentro de um sanduba, é fácil passar por um burguer de verdade” Aí... Quem come hamburguer uma vez por ano pode achar que é de verdade. Outros foram degustados e o primeiro colocado tem os mesmos ingredientes, mas tem carvão vegetal. Tudo gororoba.        

CONVERSAS DOMÉSTICAS – Aproveitando a ausência dos patrões, Dircitrolha telefona para a amiga Craudefina. – Oi Crau, hoje de manhã fui à feira. Meu patrão pediu pra comprar figo. Aí perguntei, figo fruta ou bife de figo? O homem ficou uma fera! – Gente fina Seu Carleveiro, num ligo não. Ele tem um emprego chato. É Fiscal da Receita. Coitado, é um saco ficar conferindo receita de médico o dia inteiro. Depois chegou Carleveirinho, o filho mais novo deles. Ganhou um carro todo equipado. Tem roda de maionese, farol de pilha, teto com sol e trio elétrico. Não sei como cabe um trio elétrico num carro. Ele deve gostar de música baiana. – Cê não sabe da úrtima! Discubri que aqui na mansão é tudo fachada! – Como assim Dircitrolha? Pergunta Craudefina. – Nada é dos patrão! É tudo imprestado. Cê cridita numa coisa dessa? Óia só: a ropa que o patrão usa e dum tar de Armani... a gravata é dum tar de Perre Cardine... Os móveis são do tar de Luis quinzi, o carro é de uma tar de Mercedes. Nadica de nada é deles. – Nooooossa! Que pobreza. – E além de pobre, eles são muito inzibido. Magina que ôtro dia eu escutei o patrão no telefone falano que tinha um Picasso. – E num tem? – Que nada fia... É piquinininho de dar dó! Texto de Luís Fernando Veríssimo. Nomes dos personagens são meus.