Café Minuto - 05.05.23

OBRAS – Publicas são enroladas. Depois das licitações demoram e pode ser impugnada. Resolvido, a espera é pela libração da verba. Liberada o início demora. E pode haver suspeitas de superfaturamento, podendo ser suspensas. Superado isto seguem em frente quase parando, caso não param de vez. E um dia, depois de adiamentos e atrasos elas ficam prontas. O que significar que pode não ser utilizada. Aí descobrem falhas de projeto, desvio de dinheiro. E sem uso começam a se deteriorar. Um dia Deus tem dó do povo e ilumina as mentes responsáveis para que a obra comece a funcionar. O atendimento é feito mal e porcamente. Porque obra privada não acontece nada disso?

TECNOLOGIA – As novidades tecnológicas quase sempre trazem um efeito colateral. Sabe gente que fica o dia inteiro com o celular na mão e necessitam ter o aparelhinho sempre disponível? Pois estudos descobriram uma nova patologia para esses viciados, é a nomofobia. Veja se você é um nomofóbico. 1. Esquece o celular em casa e fica com a sensação de estar perdendo algo. 2. Não controla o numero de vezes que confere o celular. 3. Quer ligar onde é proibido e dá um jeitinho de acessar o aparelho. 4. Imagina o celular tocando ou vibrando. 5. Acha que a vida sem o celular seria entediante. Se respondeu sim a 3 itens, cuidado! É bom ficar ligado, não no celular, mas em você para não virar um nomofóbico.

COPA DE 1938 – O nazi fascismo espalhava suas garras também no futebol. Em 1937, a Áustria se classificou para a Copa, mas em 38, antes da Copa, foi anexada a Alemanha nazista e deixou de existir como nação. Sua vaga acabou não foi preenchida e a Copa foi disputada com 15 países. O Brasil fez uma boa campanha e chegou a semifinal pela primeira vez, mas jogou contra a Itália e perdeu por 2X1. No dia seguinte, o jornal Gazzetta dello Sport, impregnado pelo fascismo de Mussolini, como tudo na Itália, publicou a manchete: “Inteligência branca italiana vence a força bruta dos negros”. Foi nessa Copa que Leônidas da Silva, um dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos, se consagrou como craque e foi artilheiro. Ganhou o apelido de “homem borracha”, devido sua notável elasticidade. Apelidado também de “Diamante Negro”, após negociação virou nome de chocolate, o Diamante Negro, que é vendido até hoje.

BREGA – Certas palavras surgem do nada sem mais, nem menos e incorporam-se ao nosso vocabulário. É o caso de brega, que virou sinônimo de mau gosto, usado pra tudo, inclusive para pessoas que são... bregas. No livro, “Verdade Tropical”, de Caetano Veloso, lançado em 1997, um calhamaço de mais de 500 páginas... Dizem que Caetano está escrevendo outro com mais de 1.000 páginas. Bem, voltando ao assunto, Caetano comenta que brega, é gíria baiana e originalmente significava puteiro. Segundo ele, dizem que a palavra surgiu por causa de uma rua de prostituição, chamada Padre Manuel da Nóbrega, em Salvador. A placa com o nome da rua quebrou e restaram apenas as duas últimas sílabas – brega! Do significado original ela foi se transmutando e virou adjetivo. Café Minuto contribuindo para a “curtura” dos leitores.

O DRIBLE – De Sérgio Rodrigues, é um romance que usa o futebol para contar um drama familiar comovente, para quem entende de ludopédio. Respeitando a inteligência do leitor, a história é sobre um relacionamento que tenta se salvar, num ambiente futebolístico. Mas não é um livro apenas para quem tem paixão por balípodo. É para todos os públicos: para quem curte 22 caras correndo atrás da bola e para quem gosta de um bom livro. Uma trama cheia de reviravoltas e surpresas. A venda na Amazon e Netflix.

S. PAULO – É a melhor cidade do Brasil para se comer. Há ótimos restaurantes, chefs... A revista britânica “Restaurant”, que elege os melhores chefs e restaurantes do mundo, escolheu Helena Rizzo como a melhor chef mulher de todas. Ela já havia ganho como melhor chef mulher do Brasil. Encantou os jurados com seus pratos utilizando alimentos naturais e típicos do Brasil, com temperos especiais que ela aprendeu fazer na Itália e Espanha, depois de 4 anos em estágios com chefs e restaurantes afamados. Helena é sócia do Maní, que está entre os 50 melhores restaurantes do mundo, onde prepara seus pratos. Quer conhecer? Faça reserva. Com sorte, lugar só depois de uma semana. Fica à Rua Joaquim Antunes, 210, 11 3085 4148. Nem tudo que é bom é caro. O Mani é um deles, caríssimo! Antes veja seu saldo.

EMBROMANDO – Nos anos 60, quando um funcionário era pego pelo chefe e via que ele estava embromando, fingindo que trabalhava, tomava uma bronca daquelas. O chefe avisava que da próxima vez ele seria dispensado. O funcionário então trabalhava com vontade. Hoje o colaborador pego “desestressando” é abordado gentilmente pelo gestor que pergunta se ele está passando bem. O colaborador acusa-o de bullying e assédio moral. Processa a empresa, que toma multa, ele é indenizado e o gestor vai pra rua. Quando houve essa mudança de valores?

PORTUGUESES – Joaquim, sem emprego, no desespero, resolve fazer um sequestro para levantar uma grana. Depois de horas pensando quem sequestrar, escolheu uma criança, por ser mais fácil. Dirigiu-se a um playground e viu um menino bem vestido. Puxou conversa e colocou no bolso de sua jaqueta um bilhete que dizia: “Prezado pai, isto é um sequestro, estou com seu filho. Favor deixar um resgate de 10 mil euros, amanhã ao meio dia, atrás da árvore do parquinho. Assinado: Joaquim” Depois disse ao garoto: Agora vá pra casa e entregue o bilhete ao seu pai. No dia seguinte, Joaquim retorna ao local e encontrou uma bolsa com os 10 mil euros e um bilhete: “Aí está o resgate que me pediu. Só não me conformo como um português pode fazer isso com outro”.

WILKER – Tem algumas coisas que acontecem e não tem explicação. Veja esse caso que aconteceu comigo. Num dia aí dos anos 1990 eu estava no Aeroporto de Congonhas e fui tomar um café. Assim que encosto no balcão para pedir, uma pessoa meio apressada também encosta e pedimos ao mesmo tempo. Olhamos um para o outro e quando vi quem era, não acreditei. Era fã nático dele. Sorrimos e ele então pede dois. Tomamos nosso café, e depois muito simpático, se despediu dizendo que estava embarcando para o Rio. Essa pessoa era o José Wilker. Ator, autor e diretor dos melhores. Parece que o encontrei para me despedir dele. Porque não demorou muito e ele partiu. Fiquei muito triste. Esses chamados repentinos lá de cima deixam os que ficam perplexos. Será, no caso dele, que precisavam de um bom ator/diretor para algum espetáculo celestial? Esse encontro não sai de minha cabeça até hoje. De qualquer modo deixou sua marca em mim e nesta vida.

Autor

Flávio de Senzi Jr
É publicitário e colunista do Jornal O Regional. E-mail: flaviosenzi@uol.com.br