Esta edição mostra, por diferentes aspectos, que o relacionamento entre os três poderes da República não é dos melhores em Catanduva. Enquanto a Prefeitura e Câmara trocam farpas e o prefeito é acusado de mais posar para fotos do que trabalhar pela cidade, a Promotoria de Meio Ambiente tenta emplacar proposta mais econômica e ambientalmente correta para a drenagem do lodo formado nas lagoas da Estação de Tratamento de Esgoto.

 

A sugestão, ao que parece, não foi lá muito bem recebida pela Saec, que apesar de tudo mantém em andamento licitação milionária para contratar empresa especializada para fazer a drenagem do lodo pelo método tradicional, com uso de balsa, e destinação final no aterro sanitário – cujos gestores provavelmente estão rindo à toa com a chegada repentina do grande volume de resíduos.

 

Tudo isso mostra, porém, que o diálogo não é bem o ponto forte da administração municipal, que, apesar de manter o discurso de governo humanizado e tudo mais, quer mesmo é tocar as coisas do seu jeito, ainda que isso cause desgaste com o Legislativo e até com o Judiciário, já que não são poucos os inquéritos e ações em andamento.

 

Todo esse transtorno, a bem da verdade, não favorece o cidadão. Cada dia que passa parecer ser ainda mais essencial para o município a harmonia entre os poderes, com cada um deles cumprindo seu papel, é claro, de forma a preservar os mecanismos democráticos, a regulação e o sistema de freios e contrapesos.