Cada um com sua culpa

Vivemos em um grande condomínio. Precisamos pensar de forma coletiva, cultivar o amor e a paz, respeitar os iguais e as diferenças, ajudar quando alguém precisar, ascender sem pisar nos outros, cuidar das próximas gerações, ouvir os mais velhos.

Aliás, temos de escutar mais e verdadeiramente os outros, ouvir com o coração, como prega papa Francisco neste Dia das Comunicações Sociais.

As pessoas têm a dizer, ensinar e desabafar, podendo ser ajuda mútua. Precisamos fazer tanto, mas raramente cumprimos sequer parte dessas premissas.

Pequenos gestos – ajudar um idoso a atravessar a rua, por exemplo – não compõem a rotina da maioria das pessoas; mas o poder, o dinheiro e as drogas têm valor e geram conflitos. Talvez por isso que o mundo está, literalmente, um caos.

E o Brasil, nesse aspecto, caminha ao estilo do “cada um por si”, “olho por olho” ou, ainda, “salve-se quem puder”. Mata-se por um par de tênis ou um celular. Sobretudo porque o exemplo que vem de cima é dos piores possíveis.

A questão, na verdade, é histórica, fruto de erros sucessivos de administrações de todas as esferas, da falta de investimentos em educação e da desigualdade crescente do país. Entra nessa conta, também, a falta de perspectivas de um futuro promissor.

Neste grande condomínio em que vivemos, todos cometemos erros e temos de assumir nossa parcela de culpa. Não dá para assistir a tudo passivamente, como se nada tivéssemos a ver com isso.

Quando aceitamos e reproduzimos pequenas “corrupções” do dia a dia, furando a fila do banco, falsificando a carteirinha de estudante, consumindo produtos piratas ou pagando por alguma benesse que não teríamos direito, cumprimos nossa cota para piorar o mundo.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.