Bullying é assunto sempre
Nas rodas de conversa de adultos, diante de algo que se caracteriza como bullying, é comum alguém comentar que “na minha época” não havia isso, por vezes enquadrando a reação diante do fato como uma possível frescura. Mas a verdade é que o bullying sempre existiu, ainda que essa nomenclatura e as preocupações em torno dele não ganhassem a preocupação merecida. Nessa época de volta às aulas, aquele garoto ou garota que é vítima dos ataques dos colegas de classe certamente começa a temer pelo retorno dias antes da data marcada pela escola. Imagine você saber que tudo aquilo de ruim recomeçará, junto às aulas? Enquanto para tantas crianças a volta às aulas pode ser motivo de alegria, de rever amigos e professores, para o aluno que é vítima de bullying as coisas não são bem assim. Isso quando o ataque não é contínuo pelas redes sociais e aplicativos de mensagens, no chamado cyberbullying. Não pense você, caro leitor, que essa situação retratada esteja relacionada somente às crianças ou adolescentes, pois o bullying e o cyberbullying podem ser problemas presentes em todas as fases da vida estudantil, do Ensino Fundamental ao doutorado. Como alertou na edição de ontem a advogada Ana Paula Siqueira, presidente da Associação SOS Bullying, a instituição de ensino precisa ter um plano de ação definido ao longo de todo o ano para agir e minimizar o problema, sobretudo na volta das férias, evitando que o bullying contamine a convivência escolar durante todo o segundo semestre. É dever legal das instituições estarem preparadas para identificar e mediar esses conflitos, que trazem danos emocionais que podem acompanhar as vítimas por toda a vida. A lei federal nº 13.185/2015, chamada de Lei do Bullying, é clara quando define as obrigações de todas as instituições de ensino com relação ao bullying e cyberbullying. Leitura indicada para todos.
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