Branca de Neve e as polêmicas do novo live action da Disney

Já em exibição no Grupo Cine de Catanduva, o filme Branca de Neve criou muita polêmica desde o início da produção. Acusações de racismo, preconceito e política como não se via desde outra versão com atores da própria Disney, A Pequena Sereia (2003).  O filme é mais um lançamento dos estúdios Disney em sua jornada de reimaginar clássicos animados que construíram o nome da empresa, como Rei Leão, Mufasa e Aladin, entre muitos outros. Branca de Neve, de 1937, um marco no cinema, foi um longa de animação com técnicas revolucionárias e que inaugurou o conceito das “princesas Disney”, a maioria baseada em livros ou contos infantis clássicos, como Cinderela.

Decidido a ganhar muito dinheiro com seu acervo, o estúdio vem atingindo seu objetivo com refilmagens muito ou razoavelmente bem sucedidas. As tramas, no entanto, recebem algum tipo de atualização aos tempos modernos. A direção é de Branca de Neve é de Marc Webb, (O Espetacular Homem-Aranha, 2012).

A trama mantém a essência do conto de fadas escrito no século 19 pelos irmãos Grimm, recontado da tradição oral alemã. Branca de Neve (Rachel Zegler), uma jovem e bondosa princesa, enfrenta a inveja mortal de sua madrasta, a Rainha Má (Gal Gadot, de Mulher-Maravilha). Após escapar de um atentado, ela encontra refúgio em uma floresta mágica, onde faz amizade com 7 seres encantados, anões na animação clássica. No entanto, a Rainha Má não desiste de ser a "mais bela de todas", levando a um confronto fatal com a princesa. O filme apresenta mudanças significativas da animação, como a substituição do Príncipe Encantado por Jonathan (Andrew Burnap), um ladrão com um coração nobre, que desenvolve uma relação mais natural e moderna com a protagonista. Agora, a princesa é mais ativa e “empoderada” do que a do desenho, o que gerou parte das polêmicas. Essa “feminismo” é presente no roteiro coescrito por Erin Wilson e Greta Gerwig, esta última conhecida por seu trabalho em Barbie (2023).

Outra polêmica foi a escolha de Rachel Zegler como Branca de Neve (Amor, Sublime Amor, 2021). de ascendência colombiana e polonesa.  Essa escolha levou a críticas racistas por parte de quem esperavam uma atriz com pele "alva como a neve". Além disso, a decisão de substituir os alegres e fofos anões do desenho por “criaturas mágicas” foi alvo de críticas de ativistas, incluindo Peter Dinklage (de Game of Thrones) , que acusaram a Disney de capacitismo e exclusão. A escolha de substituir os anões por personagens digitais, levou a outras críticas por tirar papeis para atores com o perfil.

Rachel Zegler não ajudou ao defender as mudanças na adaptação, criticando a versão de 1937, assim como a polarização política entre ela, que defende os palestinos e Gal Gadot, que é israelense. Mas o filme manteve elementos icônicos, desde o beijo que desperta Branca de Neve até na recriação de muitas cenas icônicas do desenho. A trilha sonora também revisita canções clássicas, enquanto introduz novas composições.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.