Brad Pitt e Sandra Bullock em velocidade máxima

Em exibição esta semana no CineX, no Shopping de Catanduva, o filme Trem-bala coloca no mesmo veículo em alta velocidade, Brad Pitt e Sandra Bullock. A atriz já havia participado de Velocidade Máxima (1994), metida num ônibus desenfreado, e Velocidade Máxima 2 (1997) em que a corrida era num navio. Faltava um trem de alta velocidade japonês, o Trem-bala do título.

Brad Pitt, por sua vez, participou de um sem número de filmes de ação, igualmente desenfreados. Agora estão juntos no mesmo trem dessa produção internacional com um típico veículo da tecnologia japonesa. Dirigido por David Leitch (Deadpool 2), o filme corre num ritmo alucinante e de alto impacto, muitas vezes violentas, mas sem perder seu lado cômico.

Inspirado em obra do autor japonês Kotaro Isaka (cujo único livro traduzido no Brasil foi justamente Trem-bala), o filme mostra Pitt - que iniciou carreira como galã, mas sempre gostou de papéis fora do rumo - como 'Joaninha', um experiente matador que, de tão azarado, vai abandonar a carreira por se envolver numa série de desastres. Antes que se aposente, no entanto, sua supervisora, Maria (Sandra Bullock), o faz retornar à ação com uma última missão, que parece simples: tomar posse de uma maleta dentro do trem, descendo na estação seguinte, na linha de Tóquio.

Joaninha nem desconfia que dentro dessa maleta haja algo bem perigoso, e que muita gente igualmente perigosa também está de olho nela no trem. São diversos matadores com apelidos inusitados como a dupla Tangerina (Aaron Taylor-Johnson) e Limão (Brian Tyree Henry), que tinham a missão de devolver ao chefe um filho resgatado de sequestradores (Logan Lerman).

Outros passageiros têm seus próprios objetivos, como a dissimulada Prince (Joey King), o impetuoso Lobo (Bad Bunny), a dinâmica Besouro (Zazie Beetz) e o angustiado Kimura (Andrew Koji), que busca vingança contra quem agrediu e mandou para o hospital seu filho pequeno.

Em flash backs, ficamos sabendo dos detalhes da vida de cada um destes personagens, entre diversas sequências de luta que acontecem dos corredores e bar do trem, atravessa as janelas e até acabam no lado de fora desse trem-bala com resultados que beiram o desastre. Entre tantas lutas alucinantes e mortes sangrentas, o humor acaba por se tornar um recurso que atenua a violência, quase em nível de um game. Entre tantos desastres, no entanto, há um momento para que dois pais, O Velho (Hiroyuki Sanada) e Morte Branca (Michael Shannon), ajustem suas contas.

Apesar deste ser um filme americano, Isaka desejava sua obra adaptada para o cinema ocidental. Isso se reflete na diversidade de atores durante todo o filme, fazendo meio que um caminho inverso ao que se tornou quase regra nos filmes americanos atuais, com sua variedade étnica.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.