Batalha que continua
A iniciativa da Fundação Padre Albino em promover o evento “Batalha Silenciosa” para marcar os 5 anos desde o primeiro caso de Covid-19 em seus hospitais tem objetivo claro: homenagear quem enfrentou a pandemia, seja na linha de frente ou nos setores administrativos. Mas tem outro aspecto que precisa ser abordado: esse tipo de evento nos faz lembrar do quão impactante foi a pandemia que, para algumas pessoas, pode já parecer algo distante, mas que deixará cicatrizes eternas em outras. É o caso de quem perdeu familiares e amigos para o vírus que mudou a rotina global, fechou estabelecimentos e interrompeu contatos sociais e afetivos. Feliz ou infelizmente o ser humano tem esse “dom” de deixar para trás certas coisas que não fazem bem – pois talvez intuitivamente saiba que aquelas lembranças não lhe farão bem. Por isso a pandemia muitas vezes pareça um pesadelo distante, ainda que muitos dos seus reflexos continuem e que pessoas continuem morrendo em decorrência da Covid-19. De 1º de janeiro a 6 de março foram registrados 537 casos da doença na cidade e sete mortes, sendo seis homens e uma mulher, com faixas etárias entre 67 e 99 anos. Três não tinham comorbidades relatadas e dois não se vacinaram contra a doença, enquanto os demais tomaram pelo menos duas doses. Ou seja, apesar do suposto “esquecimento” do poder destrutivo da pandemia, a Covid-19 ainda existe e segue fazendo vítimas, ainda que em escala diminuta. Passará a ser encarada como tantas outras doenças que matam continuamente, como a gripe ou a dengue, mas que pode ser prevenida com a vacinação, de forma a amenizar sintomas, ainda que não evitada de fato. Lembrar daqueles que morreram, homenagear os que lutaram contra o vírus e as adversidades da pandemia, manter olhos atentos nos dias de hoje. Tudo isso é importante nessa batalha.
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