BASTA
“A violência doméstica constitui uma violação dos direitos humanos, sendo imperceptível á própria vítima e a sociedade. Trata-se de um fenômeno mundial, o qual não se restringe à classe social, etnia, nível de formação, religião, idade ou mesmo grau de parentesco.” O trecho compõe o resumo de estudo sobre o tema desenvolvido por estudantes de Montes Claros/MG.
A escolha do trecho para abrir esta reflexão se apoia em duas palavras que precisam ser evidenciadas: “imperceptível” e “fenômeno”. No primeiro caso, chega a ser inacreditável que as coisas se desenrolem dessa forma, sem que, num primeiro momento, familiares, vizinhos e amigos levantem suspeitas sobre o agressor. Tudo corre em silêncio e geralmente a imagem de boa pessoa prevalece, derrubando quaisquer dúvidas. A mulher agredida, com todas as implicações que essa decisão envolve precisa romper esse ciclo quase que de forma solitária, enfrentando, por vezes, até mesmo dificuldades e preconceito nos plantões policiais, sempre temendo pela própria vida.
O segundo termo, “fenômeno”, não deveria se aplicar a um comportamento animalesco como tal, mas, ao mesmo tempo, passa a ser cabível à medida que o problema é alvo de estudos das mais diversas ciências humanas – que buscam entender como essa conduta violenta se repete de forma tão recorrente na sociedade e o que é preciso fazer para enfrentá-la.
Nesse contexto, ganham ainda mais importância projetos como o Flor de Lis, em Tabapuã, assim como o fórum realizado em Catanduva, nesta data. O debate é essencial dentro desse processo de entendimento e enfrentamento. Ações concretas, mais ainda.
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