Barbie e a masculinidade frágil

Recentemente tivemos o lançamento do filme Barbie e com isso, uma imensidão de objetos na cor rosa apareceu para acompanhar o hype do lançamento, junto a isso, como tudo o que subverte o conservadorismo enfadonho, um grande hate cresceu com este hype.

A subversão se dá pelo filme enaltecer a capacidade da mulher conquistar o mundo sem estar submissa ao homem. Mas olhe só, incrivelmente temos de refletir tal situação com olhares à subversão, já que em uma sociedade machista, uma mulher autônoma, capaz e independente, por muitas vezes tem outros nomes, cujo quais eu deixo em aberto pela aberração em ser.

Justamente, um grande leque de homens sentiu sua masculinidade ser denegrida, oras, onde já se viu uma mulher ser independente, sem que haja um homem definindo o que ela tem de fazer, vestir e ou até mesmo definindo com quantos parceiros ela deverá dormir. Absurdo não?

Em 2023, uma mulher que não é totalmente dependente do homem chega a ser um escárnio à sociedade? Não concordam? Precisamos de toda forma, praguejar contra o filme e sua abordagem feminista porque isso fere a fragilidade masculina, muitos hoje estão em prantos devido ao filme!

Deixando a ironia e o sarcasmo de lado, é inadmissível tamanha bizarrice e controle sobre os corpos femininos. As mulheres não são objetos que têm dono, nem tampouco precisam de fato dos homens. Aceitem, elas nunca precisaram de nós. O descalabro social é tamanho que, há anos, as mulheres reivindicam igualdade salarial e nas condições de trabalho.

Agora coloco uma questão, numa sociedade machista e extremamente conservadora, acreditam mesmo que o filme deve ser banido? Não seria o momento de repensarmos esta sociedade pedante, que diariamente vilipendia e viola os direitos das mulheres?

Sem mais, espero que não cause mais lágrimas aos homens mais sensíveis após o filme.

Autor

Eduardo Benetti
Professor Recreacionista em Catanduva