Banho de água fria

A decisão da Justiça de Catanduva sobre o piso salarial dos professores, noticiada em primeira mão nesta edição, será um verdadeiro banho de água fria para os professores mais otimistas. A expectativa entre os representantes da categoria era boa, sobretudo depois de vitória parcial de colegas de profissão que atuam na rede municipal da vizinha São José do Rio Preto. O problema é que, ao que parece, a ação movida pelo Ministério Público não tinha como ponto central a inclusão ou não da gratificação do Fundeb no cálculo do piso, como criticam os educadores. Ainda que, pra ser correto, o MP tenha apontado que abonos e outros acréscimos não compõem o salário base – e que este sim deve respeitar o valor mínimo definido pelo MEC, tal questão não ganha profundidade na decisão judicial. Também por isso, o embate entre os professores e a administração de Padre Osvaldo sobre o piso salarial deverá ganhar novos capítulos, seja com recurso do MP nesta mesma ação ou em outras paralelas. Havia a promessa, por exemplo, de que a Apeoesp - Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo moveria processo sobre o tema. Independente do desfecho, o que talvez não tenha mais correção seja o desgaste que esse impasse causou ao prefeito junto aos educadores, ainda mais depois da fatídica foto que ele veiculou nas redes sociais afirmando que duas líderes do movimento, antes contrárias a ele, haviam pedido desculpa – sem mencionar, claro, o processo administrativo instaurado contra elas. A postagem não pegou bem e a conduta da gestão do sacerdote caiu de forma amarga no estômago da maior parcela dos profissionais da Educação. Talvez a festa tardia do Dia dos Professores, sem mensagem alguma veiculada na data festiva, não tenha bastado para amainar os ânimos e fazer com que tudo seja esquecido e perdoado.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.