Baixa adesão coloca todos em perigo
A baixa adesão à Campanha Nacional de Multivacinação em Catanduva, evidenciada pelas meras 289 doses aplicadas no "Dia D", acende sinal de alerta crítico para a saúde pública municipal. Mesmo após ampla divulgação, o número está muito aquém do esperado, refletindo crise de confiança e logística que ameaça o bem-estar coletivo. Diversos fatores complexos contribuem para que pais e responsáveis deixem de levar crianças e adolescentes aos postos de vacinação. Um dos pilares dessa hesitação é a desinformação e a proliferação de fake news. Campanhas antivacina, frequentemente desvinculadas de qualquer base científica, disseminam medos infundados sobre efeitos colaterais e a real necessidade dos imunizantes, corroendo décadas de sucesso da imunização no Brasil. Outro ponto é a falsa sensação de segurança. Com a erradicação ou controle de doenças como sarampo e poliomielite, a percepção do risco diminui. Muitos pais de hoje nunca viram os efeitos devastadores dessas enfermidades e subestimam a importância da manutenção da cobertura vacinal. Soma-se a isso a barreira da comodidade e logística, onde a rotina agitada e a falta de horários flexíveis nas unidades de saúde dificultam o cumprimento do calendário – ainda que o “Dia D” tenha surgido justamente para facilitar esse ponto. Reverter esse cenário não é apenas uma meta sanitária, é uma necessidade social urgente. A vacinação é a estratégia de saúde pública mais eficaz para garantir a proteção individual e coletiva. Quando a cobertura vacinal cai, o Brasil corre o risco de reintroduzir doenças que estavam controladas, como já visto com o sarampo. A baixa adesão compromete a imunidade de rebanho, deixando vulneráveis aqueles que não podem ser vacinados (como bebês ou imunocomprometidos). A saúde de Catanduva depende da responsabilidade cidadã de cada família.
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