Baghead: A Bruxa dos Mortos

Em exibição esta semana no CineX, no Garden Shopping de Catanduva, Baghead; A Bruxa dos Mortos,  é um bom exemplo da atual safra de terror pós-pandemia. É como se os filmes de terror tenham se tornado numa espécie de metáfora, uma catarse do período que dividiu o cinema em antes e depois. Filmes de terror, baratos e lucrativos, se tornaram, inclusive, uma resposta à atual fracasso dos filmes milionários e que necessitam polpudas bilheterias para se pagar.

O filme é dirigido por Alberto Corredor (que inicialmente fez um curta, cujo sucesso o fez transformar em longa) e tem como protagonista Iris (Freya Allan), uma jovem inglesa. Ela herda um bar em Berlin do pai (Peter Mullan), que não via há anos, desde que abandonou ela e a mãe quando ainda criança.

O pub, de nome Cabeça da Rainha, traz um segredo em seu porão: este contém a entidade do título original, Baghead (literalmente, "cabeça de bolsa"), pois sua cabeça é coberta por um saco de estopa. Na verdade, é uma bruxa que incorpora o espírito dos mortos, do nome brasileiro. O pai era o “guardião” desta entidade, que agora está sob guarda da nova proprietária.

Sem dinheiro algum, nem nada que a prendesse na Inglaterra, Iris, ao invés de ter o bom senso de vender o bar, decide ficar com ele. E logo na primeira noite, ela recebe um cliente, um jovem e rico viúvo, que mora nas proximidades, Neil (Jeremy Irvine). Mas não é o social etílico que ele procura, e sim a tal entidade do porão, a Bruxa dos Mortos que habita o subsolo. Seu poder é entrar encarnar os mortos, e Neil quer justamente entrar em contato com sua mulher morta há um ano.

Com tino para o negócio, Iris logo percebe como pode tirar algum dinheiro daquele bar, se pessoas como Neil estão dispostos a pagar bem a fim de que a bruxa contate seus mortos. No entanto, como toda história de terror, essa também tem regras, e a da Bruxa dos Mortos é que a conversa não passe de dois minutos. Claro que, também como é regra em todo filme de horror, o contrato é quebrado logo na primeira consulta, com as consequências que isso representa. .

Baghead: A Bruxa dos Mortos joga com os clichês dos filmes de terror, procurando estabelecer com efeitos e sustos o clima necessário pedido pelo gênero. Será que teremos uma nova franquia? Só o tempo – e uma consulta com a Bruxa dos Mortos, irá dizer. 

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.