Avanços e retrocessos

Vários temas poderiam ser abordados neste espaço para fazer referência ao Dia Internacional da Mulher, celebrado hoje. Houve avanços e há desafios que precisam ser enfrentados. Nos últimos 10 anos, diminuiu a diferença entre salários pagos às mulheres e aos homens para fazer a mesma função. O índice que mede a paridade salarial passou de 72, em 2013, para 78,7, em 2023. Na escola de 0 a 100, quanto mais próximo de 100, maior a equidade. Os dados estão no levantamento Mulheres no Mercado de Trabalho, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a partir de microdados da PNADc do IBGE. O estudo também revelou que a participação feminina em cargos de liderança passou de 35,7%, em 2013, para 39,1%, no ano passado. Já a empregabilidade feminina subiu de 62,6 para 66,6 no comparativo temporal, alta de 6,4%. Por outro lado, uma questão assombrosa é o crescimento da violência contra a mulher e o tema está em pleno debate em Catanduva, tendo em vista a possibilidade – depois cancelada pelo poder público – de implantação de uma Casa-Abrigo para atender mulheres vítimas de homens agressores. O cancelamento do projeto motivou protesto que deve se desenrolar neste sábado, 9, na Praça da Matriz, no mesmo local e horário programados para evento festivo e alusivo ao Dia da Mulher. O que entristece nessa história é que a construção ou não da unidade de proteção às mulheres na cidade é apenas um ponto, entre tantos outros, que dificultam avanços nessa questão. Há muito a melhorar no atendimento a essas mulheres nas delegacias, no acolhimento, no encaminhamento dos casos e investigações, na proteção à vítima e seus dependentes e até mesmo no tratamento, monitoramento e punição dos agressores, que precisa acontecer. Avanços e retrocessos fazem parte do movimento feminista, como visto em tantas outras lutas sociais, e precisam ser objeto de reflexão e até celebração neste 8 de março.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.