Tempos atrás, os moradores da região de Catanduva aguardavam pelo fim do prazo para a eliminação das queimadas de palha de cana-de-açúcar. Isso depois de muitos anos de convívio com as chuvas de fagulhas que invadem casas a qualquer hora do dia e não escolhe destino. Pois bem, o fim do prazo chegou e as fagulhas continuam nos quintais dos catanduvenses. Se esse fosse o único problema, até estaria de bom tamanho. A questão é que, nos últimos dias, a região toda ardeu em chamas, com cenas apavorantes nas redes sociais, motoristas com medo nas estradas – muitas delas bloqueadas – e cidades cobertas pela fumaça cinza. Dá pra imaginar, além dos riscos que essas pessoas passam nessa ir e vir, quanta consequência negativa isso causará para a nossa saúde respiratória? Há quem diga que é mais saudável enfrentar a poluição da capital do que esse ar do interior. Com tantas queimadas em canavial, surge a dúvida se são ocasionais ou criminosas – pois fica realmente difícil de acreditar que sejam tantas e de forma simultânea, sem que haja a intenção deliberada de alguém nessa história. Por outro lado, se houver, é mais triste ainda pensar que o ser humano seja capaz de tamanha atrocidade. Ao mesmo tempo, dentro das cidades, temos que exigir de nós mesmos, nossos vizinhos e todos que flagrarmos ateando fogo em áreas verdes. Não é incomum ver fogo em mato, principalmente nessa época do ano, época de seca e período também de umidade do ar muito ruim. De qualquer forma, os incêndios acontecendo dentro ou fora das cidades, cabe aos cidadãos que não compactuam com essas atitudes denunciar. Apontar os culpados para que sejam punidos. Se todos, autoridades e sociedade, fizerem sua parte, teremos mais força.