As doenças ainda existem
A vacina contra a gripe está liberada para todo mundo. O que temos de fazer, então? Tomar a vacina. Mas não é isso que anda acontecendo neste país. A alta taxa de cobertura, que sempre foi a principal característica do Programa Nacional de Imunização (PNI), vem caindo nos últimos anos, colocando em alerta especialistas e profissionais da área.
Em Catanduva, apesar de os números ainda não terem sido divulgados pela Prefeitura, apesar de solicitado pela reportagem de O Regional, a atualização anterior já mostrava índices preocupantes. Em declaração feita em 2017 à revista Consensus, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a então coordenadora do PNI, do Ministério da Saúde, Carla Domingues, ponderou uma possível dicotomia: o sucesso do programa pode ser uma das causas da queda da cobertura. Isso porque o PNI imunizou amplamente a população que hoje está com 30, 40 e 50 anos de idade, devidamente vacinada na infância, quando doenças como o sarampo ou a poliomielite eram visíveis e a preocupação em vacinar as crianças era maior.
“Hoje, como a doença desapareceu, os pais que foram beneficiados pela vacina e que por isso não conviveram com a doença, muitas vezes não percebem a importância da imunização. Por isso, é imprescindível mostrar que, apesar de raros os casos, as doenças ainda existem e que, portanto, é primordial vacinar as crianças”, analisou.
Apesar dessa visão, especialistas concordam que são vários os fatores que justificam a diminuição da cobertura vacinal no país. Seja como for, as autoridades precisam agir, o município precisa analisar os dados para identificar bairros/grupos com baixa cobertura e promover ações direcionadas. As campanhas publicitárias e de conscientização também são bem-vindas.
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