Área Azul, o retorno
O sistema de Área Azul foi fiscalizado de forma intensa, na gestão do ex-prefeito Afonso Macchione Neto. Na época, vereadores de oposição chegaram a aludir à existência de uma indústria das multas e até instauraram CEI para investigação nesse sentido. O tema ganhou tanta luz que uma equipe de televisão de São José do Rio Preto chegou a ficar um dia todo nas esquinas do Centro contabilizando infrações para contribuir com o debate – afinal, havia multas demais ou imprudência em excesso? Na administração de Geraldo Vinholi e no governo Padre Osvaldo, essa questão foi deixada de lado, assim como os Agentes de Fiscalização de Trânsito, os AFTs, que assumiram outros papeis, inclusive administrativos. Ao percorrer o centro da cidade, logo pela manhã, é possível constatar grande número de veículos estacionados na Área Azul, muitos dos quais ficarão grande parte do dia, estáticos, ocupando vagas de possíveis clientes do comércio. Antes tarde do que nunca, Padre Osvaldo enviou à Câmara projeto de lei que prevê a modernização do sistema de área azul e abre espaço para que o serviço seja concedido à iniciativa privada em contrato de pelo menos 15 anos. Numa primeira análise, a ideia parece boa e o uso de sistemas eletrônicos, digitais, pode contribuir para que a fiscalização seja mais transparente e justa. É mais ou menos o que acontece quando o sujeito ultrapassa o limite de velocidade ou o semáforo vermelho e tem a foto e o registro do radar para “condená-lo”. Não dá para afirmar que a modernidade impedirá os infratores de desrespeitarem as regras e culparem uma suposta indústria de multas, mas as coisas devem ficar mais difíceis para eles.
Autor