Aprender a ler e escrever
Há quem duvide que as crianças do 2º ano do Ensino Fundamental da rede pública já sabem ler como deveriam para essa faixa etária e que, por isso, a tal avaliação de Fluência Leitora não revelará muita coisa. O teste será aplicado pela segunda vez este ano na rede estadual e redes municipais que aderirem ao programa, inclusive em Catanduva. Esse pensamento talvez se baseie no histórico da educação pública do país, cujo senso comum é o de baixa qualidade, que não ensina e somente vai passando os alunos de ano, com docentes mal remunerados. Pode ser que, na média, seja isso mesmo, mas não se pode generalizar. Há trabalhos bonitos sendo desenvolvidos na rede pública, de ensino verdadeiro e com envolvimento da comunidade na arte de aprender. Quando há condições de trabalho e segurança para estudantes, educadores e funcionários, as coisas fluem naturalmente e, desde que governante nenhum resolva atrapalhar – criando material digital e com erros, em detrimento dos livros didáticos, por exemplo – a tendência é que o ensino melhore. Dá para esse processo ser mais rápido? Claro que sim. Com investimento na estrutura das escolas, em recursos tecnológicos, na formação continuada dos professores e em outras áreas prioritárias da sociedade – como na geração de emprego e renda, na saúde e na segurança pública. Por quê? Porque a escola é reflexo do meio social e não há como ter ensino de qualidade, dos muros pra dentro, quando as coisas não vão bem lá fora. É preciso investir mais na educação, mas proporcionar mais qualidade de vida como um todo.
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