Apostar é tão antigo quanto a própria humanidade

Goste ou não, atualmente quase 20 times de futebol exibem alguma marca de sites de apostas no campeonato brasileiro movimentando, segundo levantamento do EL País, algo em torno de R$ 10 bilhões anualmente.

Muito se considerarmos a brevidade na qual se estabeleceu essa marca, uma vez que a lei 13.756 que regula o mercado de apostas data de dezembro de 2018, até então limitadas as corridas de cavalos.

Os primeiros registros de apostas foram encontrados no Egito Antigo e seus instigantes jogos de tabuleiros. Outro marco é o surgimento das cartas de baralho na China. Isso mesmo, o seu truco de domingo, assim como o macarrão, tem os dedinhos dos chineses e remonta aos séculos XII e XIII.

Evidentemente há países onde as apostas não são legalizadas, por motivos religiosos, como a Indonésia e a Arábia Saudita, no entanto, no Brasil o jogo é proibido desde o Código Criminal do Império de 1830.

A ciência sempre possibilitou um avanço no negócio de apostas, tão logo surgiu a Teoria da Probabilidade, os processos começaram a ser percebidos como algo profissional, sofisticado, bem diferente da crença anterior que atribuía o resultado à mera vontade divina. Daí, surgem na Europa os primeiros cassinos, entre eles o Cassino de Veneza no século XVII, e as pequenas casas de jogos vão se sofisticando cada vez mais no Velho Mundo.

É nos Estados Unidos, como sempre acontece com tudo, que o jogo se populariza e atinge um novo patamar ao sair dos subterrâneos para a Las Vegas que todos conhecemos hoje. Estima-se que a indústria do jogo nos EUA movimente, atualmente, algo em torno de US$ 40 bilhões.

O avanço da tecnologia e o surgimento das plataformas on-line, baseadas em apostas principalmente no futebol e no e-sports, fez com que todas as empresas do setor, grandes ou pequenas, nacionais, regionais, ou multinacionais, voltassem os olhos ao imenso mercado emergente brasileiro e abriu uma nova corrida do ouro no setor.

A lei por aqui veda a aposta em jogos de azar, que seriam aquelas nas quais há interferência do realizador do evento, como por exemplo o crupiê em uma rodada de pôquer. Essa diferenciação na legislação brasileira recentemente acendeu um alerta nas federações esportivas que voltaram seus olhos para a questão da manipulação de resultados e a responsabilização dos infratores.

Há de se entender que apostar, jogar, ou qualquer outro nome que se dê a isso, é um direito individual que leva diversão entretenimento e felicidade para alguns desde os primórdios. A regulamentação justa da atividade que deriva dessa liberdade é fundamental para beneficiar o país como um todo e os jogadores, governos e casas de apostas em particular, gerando um novo ciclo de riqueza sob o escrutínio público e aplicação das leis vigentes no país.

 

Mateus Lemos

Proprietário da BBM

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Artigos de colaboradores e leitores de O Regional.