Aposentadoria em risco
Quem acompanha balancetes financeiros, contábeis e outros indicadores relacionados ao poder público municipal sabe que, há anos, o IPMC, o Imes/Fafica e até mesmo a Empresa Funerária Municipal preocupam por vários aspectos. No caso das duas últimas, a questão é digamos que simples: elas não são autossustentáveis e ponto. O Imes culpa a inadimplência, já a Funecat tem na sua essência o custeio de sepultamentos para a população mais carente e talvez viva para sempre, assim, no limite. Quanto ao IPMC, tema de reportagem desta edição, o buraco é mais embaixo, como se diz no linguajar mais popular. O órgão existe para sustentar as aposentadorias dos funcionários públicos municipais e, para isso, tem reserva polpuda, mas obviamente finita. Há muitos cálculos envolvidos nessa área que mostram por quantos anos o instituto será viável, levando-se em conta o cenário atual que, segundo o TCE, não parece ser dos melhores. Afinal, a diferença entre a receita prevista de R$ 79,7 milhões e a efetivamente realizada, que foi de R$ 61,2 milhões, foi de R$ 18,4 milhões nos primeiros dez meses deste ano, resultando em déficit de 30,1%. Tudo bem, a área previdenciária até envolve muitas especificidades e nem tudo é tão nítido quanto parece, precisamos reconhecer, mas, mesmo numa análise bem leiga, é possível afirmar que não há como esse percentual de déficit ser, de alguma forma, bom. Os gestores envolvidos nessa história, do IPMC e da prefeitura, precisam se atentar ao relatório do TCE e traçar caminhos para que o instituto seja forte e duradouro, pelo bem do funcionalismo.
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